Blog do Mario Magalhaes

Catalão cria ilustração mostrando vida sexual de casal; aprenda a fazer
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Mário Magalhães

 

Se o jornalismo é o serviço público de informar, e a arte, na síntese do crítico Mário Pedrosa, um exercício experimental de liberdade, qual a natureza do tríptico acima?

Resposta dupla. Ou tripla, porque arte e jornalismo são temperados com pitadas de antropologia.

Seu autor é um jornalista, infografista, artista que joga nas onze, o catalão Jaime Serra Palou.

As imagens são uma ''representação abstrata'', nas palavras do Jaime. ''Mas contêm informação muito precisa'', ele emenda. ''Foram seguidas metodologias da estatística moderna''.

As linhas horizontais reconstituem 365 dias da ''vida sexual de um casal estável''. No caso, três casais. Uma linha para cada dia. As oito cores representam uma prática ou prazer: sexo sem penetração; sexo com penetração; sexo com terceiros; orgasmo dele; orgasmo dela; orgasmo de ambos; outras modalidades. O preto caracteriza o zero a zero, ou dia sem sexo.

Para saber o que cada cor significa, clique aqui.

O caráter artístico dessa obra do Jaime, exibida desde o princípio da década em centros culturais e publicada na imprensa, é óbvio. Ao identificar o conteúdo de cada cor, mira-se a vida mais sombria ou iluminada. O quadro documenta a vida mais ou menos colorida. Arte pura.

É também infográfico, a ilustração que contém e processa vasta informação.

Quem quiser desenhar seu próprio cotidiano amoroso, um ano inteirinho, pode usar uma ferramenta criada pelo Jaime, na página vidasexualdeunaparejaestable.com

A ideia de ''casal estável'' não pressupõe preconceito de gênero. Qualquer maneira de amor vale a pena. Logo, o ''ele'' e ''ela'' da classificação original variam ao gosto do freguês.

No trabalho pioneiro, uma linha diária podia ter várias cores, conforme a jornada. Não experimentei o, digamos, aplicativo, para checar se nele isso é possível.

Cruzei com o Jaime em Quito, onde estivemos dias atrás numa oficina para planejar um livro de que participaremos, com uma turma da pesada de repórteres, escritores e fotógrafos de quase dez países latino-americanos.

Todos narradores de histórias. O Jaime as contará com sua combinação brilhante de arte & jornalismo.

O cara acumula mais de uma centena de prêmios. Foi eleito em 2012 o infografista mais influente do mundo nos vinte anos anteriores.

Assina no diário ''La Vanguardia'', de Barcelona, uma engenhosa coluna dominical. Não é que a prosa seja ilustrada por ele. A ilustração é o núcleo informativo, o texto é coadjuvante.

Da safra de 1964, o Jaime parece um tipo pacato, de voz grave e suave. A ansiedade se trai com as fugas para fumar.

No Equador, ouvimos histórias fascinantes que serão contadas pelos contadores de histórias.

Mas os olhos do pessoal brilharam mais quando o Jaime apresentou a ilustração sobre um ano de vida íntima dele com sua mulher.

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Jornalismo e literatura: ter que explicar ironia é derrota da existência
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Mário Magalhães

aaaaaaaaaaaaaa ironia

 

Até escribas iniciantes sabem que ironias não costumam ser compreendidas por parcela dos leitores.

Escritores são demonizados por terem escrito o que não escreveram. Endossam uma ideia, mas parece a alguns que a combatem.

Já houve autor processado judicialmente por indivíduos e instituições que não entenderam que a prosa queria dizer o contrário do que parecia.

Pois ironia, ensina o ''Houaiss'', significa ''figura por meio da qual se passa uma mensagem diferente, muitas vezes contrária, à mensagem literal, geralmente com objetivo de criticar ou promover humor''.

Quando se emprega esse recurso retórico, a frase ''olha a delicadeza do deputado'' identifica de fato rudeza, maus modos.

Nos gêneros jornalísticos da reportagem e da notícia, ironia constitui erro grave, porque pode confundir a informação. O jornalismo é essencialmente o serviço público de informar.

É diferente em gêneros jornalísticos como o artigo, expondo opinião, e a crônica.

Na literatura, no cinema e no teatro, são menores as restrições à ironia, sobretudo no humor mais escrachado.

A não percepção da ironia decorre menos de carência de formação _o dito analfabetismo funcional_ e mais de ausência de humor.

No começo da madrugada de hoje, escrevi no Twitter e no Facebook: ''Ao golear o Haiti por 7 a 1, a seleção brasileira calou os críticos do 7 a 1 da Alemanha…''.

Havia tempo não apanhava tanto.

Quanto menor o entendimento de ironias, maior tende a ser a agressividade de quem bate.

Bordoadas são do jogo democrático da controvérsia pública e das ideias _desde que dispensando insultos e discursos de ódio.

Mas ser avacalhado pelo que não quis dizer é dose.

É evidente que a mensagem ridicularizava eventual regozijo com a goleada sobre o Haiti, ainda mais comparando-a à da Alemanha em 2014. As reticências reforçavam a ironia.

Bem, deixa para lá, porque se for traduzir tirada irônica, acabou-se a ironia.

Explicar ironia, ou alertar para sua presença, é derrota da existência.

É melhor ser achincalhado por má interpretação do que ceder, esmiuçando tim-tim por tim-tim, à anemia de humor.

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Um espectro ronda o Brasil: o espectro de uma nova campanha das Diretas Já
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Mário Magalhães

Campanha das Diretas, 1984, em foto do legendário Gil Passarelli

 

A pesquisa CNT/MDA divulgada ontem mostra que, se a eleição presidencial fosse hoje, Michel Temer colheria 5,4% dos votos.

Seria superado por Lula (22,0%), Aécio Neves (15,9%) e Marina Silva (14,8%). Ciro Gomes (6,0%) e Jair Bolsonaro (5,8%) aparecem numericamente à frente do peemedebista.

De todos os candidatos apresentados aos entrevistados, Temer amargou a lanterninha.

Além de ilegítimo, é desprezado pelos cidadãos.

Não convence, nem com todo o oba-oba que o cerca.

Na democracia, presidente se elege no voto.

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7 a 1 não é placar. É karma
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Mário Magalhães

Em 2014, fim de jogo, 7 a 1 no Mineirão – Foto David Gray/Reuters

 

Em 8 de julho de 2014, a seleção alemã achocolatou a brasileira, 7 a 1 no Mineirão.

O mundo se assombrou.

Em 8 de junho de 2016, os humilhados de dois anos antes enfiaram 7 a 1 no Haiti.

Sem surpresa, mas não precisavam repetir o placar.

Mais do que matéria-prima para memes, piadas e ironias, o 7 a 1 virou karma.

Sem falar nos sete a um da vida e da alma _neste caso, haveria metáfora ou metonímia?

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A prisão do ‘Japonês da Federal’ e o fracasso de um país em busca de heróis
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Mário Magalhães

No Carnaval 2016, máscaras com o rosto do agente Newton Ishii – Foto Julio Cesar Guimarães/UOL

 

Não compartilho a convicção de quem identifica pobreza existencial nas nações que buscam ou cultivam heróis.

Meu problema é com os heróis de fancaria, celebrados a cada estação e esquecidos na temporada seguinte.

Esquecidos porque constituíam engodo ou careciam de mérito para serem heróis autênticos.

O Brasil, os brasileiros somos pródigos em eleger heróis breves.

Corremos atrás deles como um headhunter à procura urgente do executivo mais qualificado.

Mal aparece em cena, agarramos o candidato a herói ou heroína pelo cangote e o aclamamos.

Um deles, o agente da Polícia Federal Newton Ishii, acaba de ir em cana.

No mesmo prédio da PF, em Curitiba, onde trambiqueiros da política e dos negócios estão presos.

Ishii ganhou fama como ''Japonês da Federal'' ao escoltar detidos na Operação Lava Jato.

Ele já havia tido rolos com a Justiça em 2003, suspeito de facilitar contrabando.

Suas alegadas falcatruas apareciam somente no pé das reportagens, como as letrinhas pequenas das advertências de bula de remédio.

Poucos viram, é claro. O herói Ishii virou máscara e marchinha de Carnaval.

Ele lembra o marinheiro do livro ''Relato de um náugrafo''. Em meados da década de 1950, o protagonista sobrevivera a um naufrágio e fora consagrado herói na Colômbia.

Ao entrevistá-lo, o repórter Gabriel García Márquez descobriu que a embarcação afundara porque o marinheiro e seus companheiros a haviam sobrecarregado com mercadorias contrabandeadas. Um falso herói. Um herói que retratou uma época.

Como o ''Japonês da Federal'' retrata fracassos e frustrações do Brasil de hoje.

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Os guarda-chuvas de Quito
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Mário Magalhães

blog - quito jornais

No centro histórico de Quito, no Equador, domingo de manhã – Foto do blog

 

Na véspera do embarque para Quito, um colega da fundação criada por Gabriel García Márquez para estimular, ensinar, pensar e experimentar o jornalismo alertou: “Es época de posibles lluvias, por lo que recomendamos llevar paraguas”. Horas mais tarde, um editor viajado e generoso repetiu a advertência: “Leve guarda-chuva. Chove todo dia”. Não tive dúvidas: levei.

Para não passar por mentiroso, não direi que não o usei. Abri-o por uns minutinhos, intimidado por chuviscos mais tímidos que o Luis Fernando Verissimo. O suficiente para descobrir que estava escangalhado.

Descobri outras coisas na capital do Equador, país onde só estivera uma vez, para cobrir a Copa América de 1993. Não em Quito, mas na altitude de Cuenca, onde a seleção deu para o gasto, e em Guayaquil, pertinho do Pacífico, onde os argentinos nos despacharam nos pênaltis.

Descobri que o abacate está para a culinária equatoriana como a banana para a comida cubana. Que o ceviche local, com peixes e frutos do mar quase sempre cozidos, é mais recatado que o peruano. Que ninguém trata a Liga Deportiva Universitaria por LDU, e sim como Liga, “la Liga”. Que com o aquecimento global escasseia a neve que no inverno embranquece as colinas em torno da cidade, o que um dia causará falta d’água. Que seria um desperdício viver sem ter conhecido o centro histórico de Quito, patrimônio cultural da humanidade. Sobretudo a igreja da Companhia de Jesus, cujo ouro brilha mais que iluminação high-tech de ginásios da NBA.

Descobri que torcer solitariamente pelo Brasil em meio à multidão de equatorianos é menos perigoso que pitacar em certas redes antissociais. Nestas, volta e meia sobrevêm bordoadas de torcedores incomodados. Na Plaza Foch, onde no sábado à noite assisti ao jogo da Copa América, não cheguei a ser carregado nos ombros, mas nem o gol que o apitador roubou do Equador abateu a cordialidade do pessoal com o forasteiro vestindo camisa do Flamengo.

Centenas de pessoas lotaram os bares da praça, e outras centenas ficaram do lado de fora, como folião pipoca, de olho nas telas gigantes das TVs. A solidão suprema é não ter com quem resmungar quando o Galvão Bueno nativo decreta que o Casemiro mereceu o amarelo imerecido. Sem vocação para suicida, calei ao ouvir despropósitos. Só não resisti quando um vizinho comentou que o Willian, ferido por uma patada, fazia teatro. No replay, provoquei: “Mira el teatro”.

No intervalo, passaram o anúncio da novela Mujeres ambiciosas, mostrando a Adriana Esteves de arma na mão, acho que apontando para a Glória Pires. No vexame do Alisson, aprendi que chamam frango de “cantada”. E me tomaram como magistrado quando reconheci que o gol anulado foi legal.

Descobri também que, a despeito dos sete a um da vida, ainda há lugares onde a reverência pelo futebol brasileiro permanece imensa. No domingo de manhã, nenhum dos 122.051 exemplares do diário El Comercio trouxe uma única palavra protestando contra a garfada. Foi o tom geral, de celebração pelo zero a zero frente aos velhos campeões.

Depois de folhear o jornal, saí para caminhar. Quito se coloria de guarda-chuvas pelas ruas interditadas para carros e tomadas por pedestres e ciclistas. Os “paraguas” não protegiam contra chuva, mas do sol cegante, mágico e equatorial.

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História: entrevista de Jarbas Passarinho em defesa de Ustra, o torturador
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Mário Magalhães

blog - passarinho e costa e silva

Nos anos 1960, o ministro Passarinho é condecorado pelo ditador Costa e Silva (à dir.) – Reprodução

 

Morto neste domingo aos 96 anos, Jarbas Passarinho foi de fato personagem de envergadura histórica. No dia 13 de dezembro de 1968, ao endossar o Ato Institucional número 5, o coronel proclamou na sessão do Conselho de Segurança Nacional: ''Às favas, senhor presidente, neste momento, todos os escrúpulos de consciência''. O presidente era o marechal Arthur da Costa e Silva (1899-1969). Passarinho servia como ministro do Trabalho e Previdência Social.

Dali a dezessete dias, à mesma mesa do Palácio Laranjeiras, o ditador e seu ministro e camarada do Exército aprovaram, com os demais integrantes do conselho, a cassação por dez anos dos direitos políticos de Carlos Lacerda (1914-1977). ''Eu, com a maior tranquilidade, participo desse ato'', disse Passarinho. Em 1964, no alvorecer da ditadura, ele e Lacerda haviam sido governadores e aliados. Na Guanabara, Lacerda se elegera pelo voto popular, anos antes da deposição do presidente João Goulart. Passarinho se tornara governador biônico do Pará por força das armas do regime nascente.

O AI-5 asfixiou ainda mais as liberdades já sufocadas. Michel Temer declarou ontem que Passarinho foi um ''grande brasileiro''.

Até onde a memória alcança, conversei apenas uma vez com o antigo ministro. Entrevistei-o por telefone em 2006. A entrevista, reproduzida abaixo, foi publicada pela ''Folha'' em 24 de novembro daquele ano.

O ex-prócer da ditadura saiu em defesa do então coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra (1932-2015). Uma família acionara Ustra na Justiça, pedindo que o oficial fosse declarado torturador (leia aqui).

Mais tarde, decisão judicial reconheceu Ustra como o que ele foi, torturador.

Eis a entrevista de 2006:

*

Ação contra coronel é imitação da Argentina, afirma Passarinho

Com artigos na imprensa e discurso em ato público, o coronel reformado do Exército Jarbas Passarinho, 86, é apoiador destacado de um colega acusado de tortura durante o regime militar (1964-85), o coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra.

Uma família de cinco pessoas aponta Ustra como autor de tortura física e psicológica em 1972 e 73, quando o militar dirigia em São Paulo a unidade local do Doi (Destacamento de Operações de Informações).

Passarinho era o líder do governo no Senado quando a Lei de Anistia (1979) entrou em vigor. Em 1968, ministro do Trabalho, foi um dos signatários do Ato Institucional número 5, que endureceu o regime.

Em entrevista telefônica, o coronel disse que a ação visa repetir o que houve recentemente na Argentina, com a revogação das leis de anistia locais. Para Passarinho, a Justiça se sobrepõe à lei brasileira ao permitir o prosseguimento do processo contra Ustra.

*

O que o leva a apoiar Ustra?
JARBAS PASSARINHO –
Ao ler o primeiro livro dele [''Rompendo o Silêncio'', 1987], fiquei impressionado com a convicção de que ele não tinha praticado tortura. Tive um caso no Ministério da Educação: uma moça foi torturada, levei o caso ao presidente Médici [1969-74], que tomou providências imediatas. Foi o que me fez defender a ideia de que a tortura não era, como nos países totalitários, institucional. Era episódica.

O senhor, como Ustra, entende que o processo põe em questão a Lei de Anistia.
PASSARINHO –
Também. No Exército, em curso de tática, a gente recebe uma missão. Ao analisá-la você verifica que há uma missão deduzida dentro daquela. A missão deduzida [do processo contra Ustra] é tentar fazer, ou imitar, o que o [o atual presidente Néstor] Kirchner fez na Argentina. A obediência devida só foi modificada no tribunal de Nuremberg [após a Segunda Guerra]. Os regulamentos militares dizem que o comandante é o único responsável por tudo na sua unidade. E Ustra, jovem major, recebeu uma missão.

Os ex-ditadores Jorge Rafael Videla (Argentina), Juan María Bordaberry (Uruguai) e Augusto Pinochet (Chile) têm enfrentado processos e prisões por crimes contra os direitos humanos. O que significa esse fenômeno para o Cone Sul?
PASSARINHO –
Em primeiro lugar tem que fazer uma diferença de casos. No Brasil, nunca se comparou o país com a repressão argentina, com a repressão chilena. São coisas completamente diferentes. Talvez a história de ''sangre caliente'' dos espanhóis responda por um pouco disso. Segundo você verifica que os nossos cinco generais [presidentes]… O Castelo foi o primeiro que reagiu contra a tortura. Os outros já morreram. Você não pode pensar que pode acontecer a mesma coisa que aconteceu com Bordaberry e Videla.

O juiz Gustavo Santini Teodoro, da 23ª Vara Cível de São Paulo, não aceitou o argumento da defesa de Ustra, segundo a qual o processo não poderia prosseguir devido à Lei de Anistia.
PASSARINHO –
O coronel não poderia sofrer mais qualquer tipo de punição penal. Tanto que ele está sendo processado numa área civil. Eles querem só caracterizá-lo como sendo o exemplo da tortura no regime.

O juiz cita na decisão que, para a ONU, crimes contra os direitos humanos são imprescritíveis.
PASSARINHO –
Isso é uma forma de tentar acabar com a Lei de Anistia. Será que não houve os crimes do outro lado? O juiz está se sobrepondo à Lei de Anistia. Foi uma anistia mútua. É preciso reconciliação. Para reconciliar, é preciso esquecer.

O Projeto Brasil: Nunca Mais estimou em mais de 40 os opositores mortos no Doi paulista na gestão de Ustra, além de mais de 500 denúncias de tortura.
PASSARINHO –
Não tenho elementos para julgar, mas tenho elementos para dizer que, do lado de cá, foram 109 mortos.

A família Almeida-Teles [que processa o coronel], a atriz Bete Mendes e muitas outras pessoas afirmam ter sido torturadas pessoalmente por Ustra.
PASSARINHO –
No movimento de 64, o chefe da 2ª Seção [Informações, do Exército] apreendeu uns documentos. Um era de aulas de capacitação do Partido Comunista. Outro era ''Se Fores Preso, Camarada''. Dizia que ele [o preso] devia cuspir na cara, provocar a reação, e dizer a vida inteira que foi torturado. E isso existe com os advogados. Você vê o cara confessando na TV e 15 dias depois dizendo ao juiz que foi torturado.

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