Blog do Mario Magalhaes

Charge mostrando novo rei da Espanha fazendo sexo gerou processo
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Mário Magalhães

 

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O narigudo por trás é o novo rei da Espanha, Felipe de Bourbon, então príncipe.

Pela frente, sua mulher, a princesa Letizia Ortiz.

A charge foi veiculada em 2007, na capa da revista catalã ''El Jueves'', tradicional publicação satírica de cartuns políticos.

O governo do primeiro-ministro José Luis Zapatero, do Partido Socialista, havia implantado o ''cheque-bebê'', com um agrado de 2.500 euros para os casais que se dispusessem a aumentar as cifras de natalidade no país.

Como os membros da monarquia não são conhecidos por se dedicar ao trabalho, muito pelo contrário, o herdeiro do trono diz na charge: ''Te dás conta? Se ficas grávida, isso será o mais parecido com trabalhar que eu fiz em minha vida''.

O alegado espírito democrático da família real não suportou a brincadeira, e uma ação do Ministério Público resultou em ordem judicial para retirar a revista das bancas.

A decisão pela apreensão foi baseada em norma do Código Penal que protege o ''prestígio da Coroa da Espanha''.

Mais tarde, o cartunista Guillermo Torres Meana e o roteirista (autor do texto da charge) Manel Fontdevilla forma condenados a pagar 3.000 euros cada um, pelo crime de injúria.

Com a abdicação do rei Juan Carlos, anunciada hoje, o príncipe Felipe, o peladão da capa da revista, vai sucedê-lo.


Livro conta trama macabra de Bruno e parceiros na morte de Eliza Samudio
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Mário Magalhães

blog - vale bruno

 

''Puta que pariu!

É o melhor

goleiro do Brasil:

Bruno!''

Assim gritaram _gritamos_ os torcedores do Flamengo, reverenciando o goleiro do time campeão brasileiro de 2009. Já o aclamávamos dessa maneira fazia tempo.

Seis meses depois da conquista, Bruno foi um dos protagonistas da trama macabra que resultou em sequestro, assassinato e ocultação do cadáver da modelo Eliza Samudio.

De 2010 para cá, o campeão pegou no gol em peladas do presídio, onde também deu duro nos serviços da lavanderia. Condenado, continua em cana.

Um dos mais rumorosos episódios da crônica policial brasileira é reconstituído em minúcias no livro “Indefensável: O goleiro Bruno e a história da morte de Eliza Samudio” (Record), escrito pelos jornalistas Leslie Leitão, Paula Sarapu e Paulo Carvalho.

O lançamento no Rio ocorre nesta segunda-feira, a partir das 19h, na loja de Botafogo da Livraria da Travessa.

Li, de um fôlego só, o inventário de atrocidades. Os autores são repórteres que, por jornais concorrentes, cobriram o caso.

Por aversão a pitadas sádicas e temperos sensacionalistas de certo noticiário mundo-cão, não acompanhei com atenção os episódios sinistros da novela midiática deflagrada pelo crime.

Para quem, como eu, sabia pouco do ocorrido, o livro-reportagem permite entender início, meio e fim. Mas quem seguiu a investigação policial e o julgamento lance a lance também conhecerá informações inéditas.

Sabe aquele barraco que uma noiva formosa do Adriano aprontou numa favela do complexo da Penha, ao descobrir que o então atacante rubro-negro e colegas seus de time lá estavam na gandaia? Pois os jogadores do Flamengo presentes participaram, sem saber, de uma festa de ladrões que comemoravam o assalto de um carro-forte que lhes rendeu R$ 600 mil.

Às vésperas do julgamento de Bola, o exterminador de aluguel que asfixiou Eliza até a morte, pistoleiros tentaram executar o promotor. O representante do Ministério Público ocultou a tentativa de homicídio, receoso de que os jurados se sentissem intimidados e absolvessem o matador da modelo.

Para quem aterrissou ontem na Terra, passou-se o seguinte: Bruno, que ganhava cerca de R$ 250 mil mensais entre salário e patrocínio, não queria pagar pensão de R$ 3.500 ao filho que supostamente tivera com Eliza. O supostamente decorre da dúvida que ela própria nutria sobre a identidade do pai do bebê, como veio a se constatar mais tarde, por antigas mensagens na internet.

Como o goleiro resolveu a cobrança “inconveniente”, conforme concluíram a polícia, a promotoria e a Justiça, por meio do tribunal do júri? Planejando com seu dileto amigo Macarrão _e ordenando_ a morte da garota.

O corpo de Eliza jamais foi encontrado. É mérito do livro não cravar, por ausência de dados conclusivos, o paradeiro do cadáver. Há pelo menos duas hipóteses: foi jogado a cães rottweilers, que devoraram boa parte, e o que restou foi atirado num lago ou concretado; talvez tenha sido queimado numa fogueira de pneus.

O crime transformou o caráter de uma série de eventos que, de atos privados, passaram a ter relevância pública.

Os autores narram que Eliza engravidou numa suruba na casa do goleiro Paulo Victor, esse mesmo ainda hoje no Flamengo, e então reserva de Bruno. Que ela foi atriz em filmes pornô. E que se relacionava com outros boleiros. Em nenhum momento ocorre uma “segunda morte” moral ou editorial da modelo, que não só não é desclassificada, como é nitidamente preservada.

Durante certo tempo, cultivou-se dúvida sobre a morte de Eliza, que teria se mudado para o exterior, de acordo com as plantações de advogados dos réus. O processo judicial, recontado no livro, comprova que a garota foi mesmo assassinada, e até certidão de óbito em seu nome foi emitida. Bruno e Macarrão reconheceram o homicídio. As incertezas se restringem ao destino do corpo e à eventual participação de outros algozes.

Seguem algumas informações capturadas nas 265 páginas do livro.

Em 2010, fortalecidos pelo título nacional, os jogadores do Flamengo impuseram o fim dos treinos matinais, para que alguns deles conseguissem esticar madrugada adentro as farras. Curvada à cultura do chinelinho, de treinamentos pouco exigentes, a equipe degringolou.

Antes da final do Campeonato Estadual de 2009, Bruno tentou jogar com uma camisa falsificada do clube, com a figura do Demônio da Tazmania, personagem da Warner, empresa com a qual o Flamengo não mantinha contrato. O goleiro teimava em vestir uniforme personalizado. Para aparecer diferente, acabou trajando a camisa de treino.

Como capitão, Bruno tentou favorecer chapas seus no clube, na divisão do bicho pelo Brasileiro de 2009. O médico José Luís Runco, também da seleção, reagiu duramente, e acabou selada nova fórmula de distribuição do dinheiro.

De tão perdulário, Bruno chegou a pagar compra de roupas com um cheque no valor de R$ 107 mil.

Influente na equipe, o goleiro administrou conflitos do coração, como quando a cantora de funk Perlla, antes namorada do lateral Léo Moura, passou a conhecer melhor o zagueiro Álvaro.

Numerosas versões de Bruno e outros acusados e condenados são confrontadas aos históricos de telefonemas, localização dos interlocutores com base no rastreamento de celulares e registros de radares de ruas e rodovias. Documentalmente, as alegações do jogador e seus funcionários e amigos não se sustentam.

Quando Eliza sumiu, Bruno disse depois de um treino: “Ainda vou rir disso tudo”. Estava certo de que a impunidade o protegia. Por sorte, enganou-se.

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Marinho Love Story: tributo ao craque e conquistador imortal
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Mário Magalhães

Marinho, grande Marinho, nos tempos de seleção – Foto Agência Estado

 

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Seis anos atrás, na virada de maio para junho de 2008, Marinho Chagas (1952-2014) me deu a honra de compartilhar um almoço na Ilha do Governador.

A revista ''Serafina'' mantinha uma seção intitulada ''Que fim levou'', a editora pediu uma sugestão de personagem, e eu sugeri o craque que sonhava conhecer pessoalmente.

Nunca vi em ação um lateral-esquerdo tão brilhante quanto Marinho _quando passei a frequentar estádios, Nilton Santos já pendurara as chuteiras.

Mais uma vez, Marinho tentava reorganizar sua vida, em 2008. Conversamos pouco sobre os perrengues da existência e mais sobre romances e paixões do jogador que fizera tantos corações dispararem.

Reproduzo abaixo a reportagem, meu singelo tributo a um cara tão legal.

*

Marinho Love Story

Francisco das Chagas Marinho beberica o refrigerante de baixa caloria no segundo andar de um restaurante por quilo na Ilha do Governador quando ouve o comentário: ''Você era galã nos anos 70…''. Interrompe: ''Ainda sou!''. Sorriso arrebatador, emenda: ''Acha que eu estou feio? O que me estraga é o bolso. Se a gente está com carro importado e dinheiro, tudo é bonito''.

A beleza é controversa, a carteira esvaziou e os carrões se esfumaram, mas o cabelo permanece parecido demais com o do antigo craque da seleção. O lateral-esquerdo loiro contrastava com o time miscigenado da Copa de 74, seduzia as torcidas, afligia os arautos da retranca com seus arroubos ofensivos e arrancava suspiros femininos.

Ele não esquece que um general invadiu um treino de arma na mão para fuzilá-lo, inconformado com o namorico da filha com o jovem boleiro. A garota trocava as aulas por encontros furtivos -''só romance, sem transa''. A turma do deixa-disso livrou-o do pai furibundo.

Mas ninguém conteve o conquistador virtuoso. São quatro filhos com Marijara, com quem esteve casado por três décadas. Sabe também de rebentos espalhados por Japão, Itália e Estados Unidos.

É um guerreiro do amor. Ao descer a escada estreita do estabelecimento na zona norte do Rio, cruza com uma amiga de umbigo de fora: ''Você é linda''. Corteja outra: ''Você me adora''. Sobe de volta com 635 gramas de comida no prato, colorido por uma galinha ao molho pardo.

A comilança desperdiça a precaução na bebida e esclarece a barriga pouco atlética. Contudo Marinho Chagas, como é conhecido, com os nomes fora de ordem, está longe de se descuidar. Loiro ele sempre foi, mas ficou ainda mais quando lhe deram a dica de encharcar com chá de camomila a cabeleira comprida antes de ir à praia. No Rio Grande do Norte, onde nasceu, ele fervia panelões da erva.

Hoje, ensopa-se com xampu de camomila para lagartear ao sol. Jura que dispensa tintura e que a genética o preservou dos fios brancos. Aconselha o entrevistador, grisalho, a copiá-lo: ''O cabelo fica lindo. Tua mulher vai te beijar dez vezes mais! Faz essa experiência aí…''.

Marinho diz que funciona. E confidencia -ou melhor, alardeia- que namorou por dois anos uma atriz do folhetim televisivo ''Duas Caras''. ''Acabou a novela da Portelinha, está acabando o romance.'' Esconde a idade da senhora: ''Panela velha bate um caldinho gostoso; panela nova dá bom caldo também''. Aposta: ''Vale outro capítulo''.

Aos 56 anos, prevê que seu capítulo derradeiro esteja distante. Os pais viveram quase um século. Ele sonha em chegar perto. ''Quero morrer com 90 anos fazendo sexo. Nem que seja dentro do caixão. Não tem coisa melhor, não é não, bicho?, do que uma lovestoryzinha.''

O filósofo da love story, expressão que pronuncia amiúde, é tão romântico que a mulher de sua vida, ao que parece, é a ex, de quem se separou em 2002: ''Depois peguei outra mulher, depois outra, estou vivendo com outra agora. Mas não é família. Eu tinha um palácio de concreto. Quando você perde a família, perde o palácio''.

Certa feita uma moça disse que só sairia com Marinho se ele aprendesse a dedilhar ''Detalhes'' no violão. Aprendeu e encantou a doce Marijara. À mesa, ele cantarola, afinado: ''Não adianta nem tentar me esquecer…''.

''Toca Roberto Carlos, eu lembro dela'', murmura. ''Apesar da minha companheira atual, Patrícia, ter o ciúme maior do mundo, não adianta mentir.''

Patrícia o protege. ''Se eu morar sozinho, todo dia com uma mulher diferente, essa mulher diferente vai se aproveitar de mim. Vai levar as amigas, os irmãos para comer. Tem que haver uma companhia. Um homem não vive sem a mulher, e a mulher não vive sem o homem.''

No seu caso, não vive mesmo. Embora more em Natal, volta e meia está no Rio. Um empresário esportivo o hospeda em um iate clube na Ilha. ''É uma quitinete, com cama de casal, dá uma love story.''

Dava mais nos velhos tempos. Ele relaciona ao seu sucesso alguns conflitos nos gramados. ''Leão tinha ciúme de mim'', alfineta. ''Quem era mais bonito? O eleito fui eu.''

Na decisão do terceiro lugar de 74, o goleiro Leão, hoje treinador, o culpou pela perda da bola no lance do gol da derrota. Os alfarrábios dão conta de que Marinho levou uma bofetada do desafeto, mas ele assegura que os companheiros os afastaram após uma troca de empurrões.

Marinho recorda que o goleiro saiu mal no gol da Polônia. ''Gritei para Leão: 'Você está que nem carro de sorvete na beira da praia. Quando sai, só sai errado'''. Sem bancar o valentão, reconhece: ''Se fosse no tapa, eu ia apanhar''.

Ele é melhor com a língua do que com os punhos: ''Na lateral esquerda, Serginho, que jogava no Milan, sempre deu de mil a zero em Roberto Carlos''.

Não superestima os requisitos para o ofício de técnico. ''Não precisa ser inteligente. Se eu tivesse ficado no Rio ou em São Paulo, podia ser hoje um Renato Gaúcho.''

Este foi seu erro, aponta: voltar para sua terra. ''O nordestino é muito carente de família.'' Ele brilhou no Botafogo e no Fluminense, ganhou o apelido de Bruxa, mudou-se para o Cosmos de Nova York, sagrou-se campeão no São Paulo e regressou para o Nordeste.

Parou em meados dos 80. Montou serviço de buggy e restaurante em Natal. ''Fiz um monte de besteiras.'' A grana minguou, mas ele não sobrevive na pindaíba. ''Não sou rico nem pobre. Tenho um patrimoniozinho muito bom.''

Montou escolinha de futebol nos EUA (''com mais alunos que a de Beckenbauer''), foi técnico na Líbia (''Gadafi é meu padrinho'') e gravou disco (''Odair José é meu irmão''). Hoje se dedica a criar uma fundação, planeja a compra de um clube pequeno no Rio, é intermediário de uma imobiliária e treina um lateral de 15 anos do Vasco.

Marinho Chagas já é avô, de um casal. Os joelhos castigados o impedem de jogar mais futebol. Mas em outro campo ele apregoa a boa forma: ''Viagra? Só depois dos 60, 70 anos. Isso é mais psicológico''. Sua confiança é tamanha que, ao partir de óculos escuros, o vovô deixa a minhoca na cabeça do interlocutor: será que não vale mesmo arriscar o tal xampu de camomila?


Assistir a jogo do Flamengo causa depressão. Não dá para antecipar a Copa?
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Mário Magalhães

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Ney Franco: mal chegou e já é chamado de burro por torcedores – Foto Miguel Schincariol/Getty Images

 

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Se, como reza o samba, reconhecer a queda antecede a sacudida da poeira e a volta por cima, o Flamengo está em maus lençóis. Jogadores conseguiram elogiar o desempenho sofrível do time no empate de 1 a 1 desta quinta-feira contra o Figueirense, lanterninha até obter o ponto no Morumbi.

''Jogamos bem'', disse Paulinho. Se um titular não identifica o óbvio, que se a equipe jogasse bem teria atropelado o limitado adversário, é de se imaginar que na próxima ele pense em repetir a atuação de ontem.

Há um engano evidente nas avaliações sobre a partida: o de que no segundo tempo só teria dado Flamengo.

Ou eu estou maluco, dormi durante o jogo e sonhei ou depois do intervalo o time catarinense acertou uma bola no travessão e teve duas excelentes chances, com a bola espalmada para escanteio pelo Paulo Victor.

A ilusão decorre do sufoco do Fla no finzinho, quando o Alecsandro deu uma bicicleta belíssima, depois de matar a bola no peito, e quase anotou.

Já são cinco partidas do Flamengo sem vencer.

Somente uma vitória em oito jogos no Brasileiro.

Média abaixo de um gol por rodada.

Presença na zona de rebaixamento.

E a perspectiva de enfrentar o líder Cruzeiro, em Minas, no último confronto antes da parada da Copa.

O Mundial traz alento, por dois motivos: oferecerá tempo para a diretoria, se enfim entender que Flamengo é Flamengo, contratar e ajudar Ney Franco a arrumar a casa; e porque promete futebol de qualidade.

O que foi aquilo que foi jogado em São Paulo, para onde o Flamengo levou o jogo sob seu mando?

Não deu nem para se irritar, de tão lamentável, e sim sucumbir à depressão.

Como a equipe usa três volantes (Márcio Araújo, Amaral e Luiz Antônio) para encarar o lanterna, mais o Elano?

Por mais que o Ney, ainda virgem de vitórias no regresso ao clube, tente experimentar, é pusilanimidade demais.

Márcio Araújo errou passe que quase resultou em gol do Figueirense.

Amaral conseguiu, a despeito do corpanzil, perder boa parte das divididas.

E Luiz Antônio alonga sua má fase.

E o Elano? Se não se recuperar fisicamente, é melhor pendurar as chuteiras.

Desgraçadamente, a falta de ritmo de jogo pesa para Paulo Victor _tal como os efeitos da altitude, ritmo de jogo não é mito, sobretudo para goleiros. Ele falhou no gol de Everaldo, nome de tricampeão do mundo, e, como no fim de semana, voltou a repor perigosamente a bola.

Por que o treinador insiste com André Santos, que se arrasta em campo e cujas costas são um convite a ataques e principalmente contra-ataques?

O time não consegue encadear sequências de passes certos e carece de inteligência tática. O horror, o horror.

O que foi a substituição do Igor Sartori pelo Ney, pouco depois da metade da segunda etapa, quando o jogador havia entrado após o intervalo e melhorado a equipe? ''Burro'', gritaram torcedores para o técnico.

Desconfio de que até mesmo os baba-ovos dos cartolas rubro-negros reconheçam que o projeto futebolístico fracassou e exige duas inflexões: investir mais, como na desejável contratação de Júlio César para o gol; e gastar com qualidade, sem reeditar acintes como a milionária aquisição de Carlos Eduardo, case maior de desperdício.

Para não dizer que eu não falei de nada de bom, dá gosto ver o Samir. Ele cruzou para o Alecsandro marcar e soltou um petardo que quase entrou. Zagueiro, o Samir segurou a onda lá atrás e fez na frente o que os volantes não fizeram.

Mas um Samir sozinho não faz outono.

Depressão futebolística se cura com bom futebol. Será que não dá para antecipar a Copa?


Seminário Política FC – O futebol na ditadura
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Mário Magalhães

Política FC

 

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Começa na próxima terça-feira (3 de junho) em São Paulo e vai até a sexta (dia 6) um seminário cuja programação é das melhores entre as atividades que, neste tempo de Copa, pretendem refletir sobre futebol e história.

O Seminário Política FC – O futebol na ditadura antecede a exposição homônima, com curadoria dos jornalistas Vanessa Gonçalves e Milton Bellintani, que abre dia 14 no Memorial da Resistência.

Eis o timaço que participará do seminário, por ordem da entrada em campo ou em cena: Flávio de Campos, José Paulo Florenzano, Ednilson Valia, Domingos Fernandes, Helvídio Mattos, Celso Unzelte, Bernardo Borges Buarque de Hollanda, Denaldo Alchorne de Souza, Alberto Helena Jr, Milton Bellintani, André Iki Siqueira, Luis Augusto Simon (Menon), Vanessa Gonçalves, Lívia Magalhães, Juarez Soares, Silvio Lancellotti, Eduardo Roberto Stinghen (Ado), Gilvan Ribeiro, Milton Saldanha, Luiz Cláudio Cunha, Humberto Kinjô, Clayton Netz, Afonso Celso Garcia Reis (Afonsinho), Fernando Coimbra (Nando), José Reinaldo de Lima (Reinaldo), Manoel Cyrillo, Gustavo Longhi de Carvalho e Cláudio Roberto Sollito (Solito).

Como se vê, dá para formar várias seleções.

A entrada é franca.

A programação completa do seminário, incluindo os filmes que serão exibidos, pode ser consultada clicando aqui.


Biografia ‘Marighella’ chega à sexta reimpressão
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Mário Magalhães

blog - valee

 

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Saiu a sexta reimpressão da biografia ''Marighella – O guerrilheiro que incendiou o mundo'' (Companhia das Letras).

O livro que conta a vida do revolucionário Carlos Marighella (1911-1969) foi premiado seis vezes: Prêmio Jabuti, Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), Prêmio Casa de las Américas, Prêmio Direitos Humanos, Prêmio Botequim Cultural e Prêmio Brasília de Literatura.

A biografia será adaptada para o cinema, numa co-produção do ator Wagner Moura com a produtora O2, do cineasta Fernando Meirelles. O filme marcará a estreia de Wagner como diretor de longa-metragem.

Tim-tim.


Promessa descumprida sobre gastos com a Copa legitima protestos ainda mais
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Mário Magalhães

Estádio Mané Garrincha, o mais caro da Copa (Foto: divulgação)

Na ''arena'' do Distrito Federal, dinheiro público a rodo – Foto reprodução

 

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A tabelinha dos meus solitários neurônios mais dispostos com os cabelos brancos de quem tem o que lembrar não me permite esquecer, e às vezes a memória mais incomoda do que conforta.

Na TV, volta e meia pontifica sobre as nebulosas da economia um consultor sabichão, antigo condutor da política econômica que resultou em mais de 80% de inflação, num só mês, em 1990. Sim, eu lembro.

Bem como não ignoro que na ditadura, tão pranteada por meia dúzia de viúvas inconsoláveis, a dívida externa galopou, a desigualdade se acentuou, e a inflação teve índices maquiados para aparentar que os preços estavam sob rédea curta. As viúvas formam no time de saudosistas que hoje encenam angústia com alegado descalabro inflacionário.

Não vivi, mas aprendi, que muitos daqueles que mais alardeiam preocupação com os rumos da Petrobrás são herdeiros dos senhores que, seis décadas atrás, descabelavam-se com a iminência da adoção do monopólio estatal do petróleo _o que não justifica a aparente gatunagem de quem, com mão grande criminosa, vem embolsando patrimônio público na empresa.

Eu me lembro muito bem que em 2007 o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfileirou declarações, a respeito da organização da Copa do Mundo reivindicada pelo Brasil, na linha de ''tudo será bancado pela iniciativa privada''.

O então ministro do Esporte, Orlando Silva, reiterou, também naquele ano: ''Estádios de futebol, arenas, locais de competição, isso tudo pode ser feito com investimento privado''.

O ministro enfatizou: ''O governo pensa em não destinar dinheiro público para a construção ou remodelação de estádios. Essa questão deve partir da iniciativa privada''.

Como se sabe, não partiu, e recursos dos contribuintes foram (e estão sendo) derramados em obras do Mundial, inclusive estádios como o Mané Garrincha e o Maracanã. Quem mais paga impostos no Brasil são, em proporção, os pobres.

Deve-se ao abismo entre a promessa original de gasto público zero com instalações da Copa e os bilhões despendidos mais tarde a impropriedade de comparar a opinião de ontem com a de hoje sobre a justeza de receber o Mundial.

Há sete anos, os brasileiros formaram juízo com base em parâmetros apresentados pelo governo. As pesquisas atestaram apoio majoritário à iniciativa de hospedar a Copa.

Agora, os parâmetros são outros, o que torna previsível maior equilíbrio entre os favoráveis e os opositores ao Mundial.

O contraste entre o antes e o depois é o que mais fragiliza o proselitismo contra os manifestantes que protestam contra a Copa ou contra as despesas públicas com a competição, no país pornograficamente desigual e sedento de serviços públicos decentes.

Se uma pessoa pensava assim e passou a pensar assado, é legítima a mudança. Mais legítima é se as garantias oferecidas no passado não se confirmam. No caso, as garantias de não torrar um só centavo do erário em obras como praças esportivas.

Ainda mais com a entrega de patrimônio do Estado para companhias particulares explorarem, como fez o governo do Rio com o Maracanã. Empreiteiras ganharam com a construção ou reforma paga pelos cidadãos e uma delas continua ganhando, ao assumir o estádio.

No Distrito Federal, a dinheirama pública esbanjada para erguer uma dita arena tem ao menos três estimativas: R$ 1,4 bilhão, R$ 1,6 bilhão e R$ 1,9 bilhão. Obra bilionária, feito o Maracanã, tudo às custas dos cofres públicos.

Outros ataques contra os militantes anti-Copa que me parecem desprovidos de mérito condenam os protestos porque eles seriam extemporâneos, por surgirem tardiamente.

Primeiro, como dito, a realidade frustrou as promessas. Segundo, o argumento equivale a desqualificar, por não ter ocorrido mais cedo, a massiva campanha que, em torno da bandeira das eleições diretas, batalhou pelo fim da ditadura em 1984.

Pior é criticar movimentos organizados como os de trabalhadores assalariados, de funcionários públicos e de brasileiros sem habitação por se ''aproveitarem'' da proximidade da Copa. Ora, ninguém é inocente de supor que no Brasil alguma conquista caia do céu. Quem não chora não mama, sobretudo os mais fracos, eis uma lição irrefutável da nossa história.

Como se não bastasse o descumprimento do prometido, os brasileiros testemunham abusos de hipocrisia. Membro do comitê organizador, o empresário Ronaldo Nazário se disse envergonhado com o atraso de obras. Ele não se envergonhou por ter sido nomeado ou indicado por Ricardo Teixeira. Nem por dinheiro público ser presenteado para a iniciativa privada, como no episódio da Odebrecht mimoseada com o Maracanã tinindo de novo. Nem pelo preço ofensivo dos ingressos que impedem garotos humildes como o Ronaldo surgido no São Cristóvão de assistir em loco não somente a partidas do Mundial, mas até a peladas do Campeonato Brasileiro. Muito menos pelos operários mortos ao construir estádios que seus filhos não poderão frequentar.

É ou não compreensível que tanta gente se sinta lograda?

Num cenário de expansão da intolerância no debate público, quando insultos substituem ideias, foi oportuna a reportagem na ''Folha de S. Paulo'' mostrando que o custo público da Copa fica muito aquém do que se reserva aos serviços públicos.

Do ponto de vista da legitimidade dos que se opõem ao Mundial, contudo, o desembolso poderia ser de um real. Não constitui escândalo advogar que a moeda seja encaminhada a uma escola e não a um estádio.

Em 2007, firmou-se um pacto entre governo e nação: enfim, vamos realizar a Copa dos sonhos, mas sem sacrificar quem já é muito sacrificado. O pacto foi rompido.

Talvez o que mais me tenha intrigado nesses anos tenha sido a recusa dos governos estaduais, municipais e sobretudo federal a explicar por que mudaram o paradigma. Parece que não têm o dever de prestar contas e se submeter ao escrutínio público.

Se separar algumas dezenas de bilhões para a Copa era o único meio de abrigá-la, gerando potencialmente desenvolvimento, renda, emprego, autoestima e outros benefícios, que se dissesse isso aos brasileiros, para que pudéssemos escolher.

Desde sempre simpatizei com a candidatura para a Copa, sem dinheiro público em estádios. No balanço sincero da história, mantenho-me a favor, mesmo com os gastos que ocorreram _descontando, é óbvio, as suspeitas de superfaturamento sob investigação.

Torço para que o Brasil promova o melhor Mundial possível e estou ansioso para que a bola role. Vai ter Copa, e a Copa pode ser futebolisticamente de primeira.

Mas é inadmissível demonizar quem julga erro sediá-la. E tem o direito democrático de desfraldar seus estandartes e ecoar suas palavras de ordem.


Se tivesse ‘padrão Fifa’, o Brasil seria muito pior
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Mário Magalhães

Junho de 2013: faixa exibida em protesto em Fortaleza – Foto Luiz Paulo Montes/UOL

 

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A palavra de ordem se disseminou com intenção generosa: o Brasil padrão Fifa seria melhor.

No Google, aparecem 460 mil registros quando se digita ''padrão Fifa'' entre aspas.

Os serviços públicos, a começar por educação e saúde, teriam mais qualidade, se mimetizassem o alto nível da dona do futebol _é a ladainha que ouvimos desde junho de 2013.

Com o perdão dos que adotaram a divisa, eu acho que o padrão Fifa é uma balela ou significa o avesso do lugar-comum que se fixou no imaginário nacional.

O país seria muitíssimo pior caso se espelhasse nos valores, métodos e obra de Sepp Blatter e seus bons companheiros.

Na saúde, o padrão Fifa seria o contrário de cuidar da vida dos brasileiros, o que se faz (ou deveria ser feito) com bons hospitais e pronto-socorros, profissionais qualificados e bem remunerados, prevenção acurada, saneamento para todos, alimentação decente e outras providências.

Seria o contrário porque a Fifa secundariza a saúde dos jogadores de futebol e prioriza o caixa.

Na Copa de 94, a entidade, ainda conduzida por João Havelange, impôs jogos ao meio-dia no escaldante verão californiano.

Já na gestão de Joseph Blatter, entregou de modo suspeito o Mundial de 2022 ao Catar, onde o calor torturante ataca na época do ano que a tradição reserva ao torneio.

Isso é se preocupar com a saúde?

A educação inspirada no padrão Fifa não seria dos sonhos, e sim o oposto.

Ao abordar o racismo, em vez de ensinar a repulsa, os professores pregariam tolerância com a segregação.

Por todo o planeta, acumulam-se episódios de preconceito. Em vez de punir as agremiações que acolhem torcedores racistas, a Fifa somente obriga seleções a entrarem em campo com faixas cujos dizeres, embora justos, estão longe de proporcionar o efeito de castigos exemplares.

E as lições de democracia?

O que há de se aprender com a política elitista de preços escorchantes dos ingressos?

Mesmo dentro das ditas arenas, camarotes chiquérrimos documentam e celebram a desigualdade obscena.

Uma federação que interdita a alternância de governo e eterniza seus capi sugere democracia? Por mais de 20 anos, Havelange não largou o osso. Seu sucessor mantém idêntico apetite.

De acordo com o padrão Fifa, ditaduras não são ruins e ditadores são todos boa gente, desde que se prestem aos propósitos dos poderosos chefões encastelados na Suíça. Já havia sido assim na Copa de 78, na Argentina do genocida Videla, e continua hoje, quando os tiranos mais sinistros são bem-vindos na entidade.

O que a Fifa diria sobre controle rigoroso de negócios em geral e operações financeiras em particular?

Dificilmente apresentaria como case o esquema que resultou na escolha do Catar.

Muito menos o que permite que amigos da cartolagem lucrem com ingressos da Copa, fazendo decolar a preços ainda mais exorbitantes pacotes que já são para poucos.

É essa a gestão que queremos como padrão?

O padrão Fifa subverte o ensinamento franciscano do ''é dando que se recebe'', a considerar tantas denúncias de propinas.

O que o padrão Fifa propõe para quem é flagrado em impedimento, senão a impunidade? Que punição houve para Havelange e Ricardo Teixeira?

É essa a Justiça ideal, o padrão Fifa de combate à corrupção?

Em que o Brasil prosperaria se imitasse o comportamento do secretário-geral Jérôme Valcke?

Ele é o mesmo executivo que embolsou, na condição de lobista, dinheiro da candidatura brasileira ao Mundial e mais tarde, na pele de cartola, sugeriu um pontapé no nosso traseiro.

Do seu papel no lobby só se soube graças a furo do repórter Sérgio Rangel.

Almejamos a transparência padrão Fifa, que escondia o frila do francês?

Em matéria de inovação e evolução, será que o caminho é o da Fifa, que resiste até ao controle eletrônico para saber se a bola entrou no gol?

De todas as expressões do farisaísmo do padrão Fifa, duas se destacam.

A primeira, quando a entidade fala em legado disso e daquilo para o Brasil. Ela está interessada em multiplicar sua fortuna. E só.

E quando alardeia sua devoção pelo futebol. A Fifa mercantilizou a níveis jamais vistos a mais genuína paixão dos brasileiros. Apropriou-se até de nomes consagrados, como ''Copa do Mundo''.

Por sorte, pelo menos isso não conseguiram nos roubar, a paixão que constitui a essência do futebol.

A despeito de todas as mazelas que vigoram no país que figura entre os campeões da desigualdade, o Brasil no padrão Fifa seria ainda mais egoísta, hipócrita, inescrupuloso, obscuro e desigual.

Padrão Fifa é exigir do outro o que não se faz _faça o que eu digo, e não o que eu faço.

A Fifa já nos fez muito mal. Fará mais ainda se o seu famigerado padrão se tornar o nosso modelo.


‘A redação invisível’, por Álvaro Pereira Júnior
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Mário Magalhães

O jornalista Howell Raines – Foto reprodução

 

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Há pouco mais de uma década, o controverso jornalista Howell Raines caiu do comando do ''New York Times'', em decorrência das cascatas do repórter Jayson Blair publicadas no jornal.

Em sua coluna de sábado, na ''Folha'', Álvaro Pereira Júnior recapitulou o episódio:

* * *

A redação invisível

Por Álvaro Pereira Júnior

Desenrosca a tampa, abre a garrafa, dá um microgole, põe a garrafa de volta, abre de novo, bebe mais um pouco, troca alguns papéis de lugar, senta-se na ponta da cadeira inclinado para a frente, mexe as pernas, soca a mesa quando quer enfatizar um ponto.

Não há dúvida: estamos diante de um homem elétrico. Fala com autoridade, é absurdamente articulado. Incluiu citações eruditas em meio à conversa mais informal —ao contar uma história que envolve o hospital Saint Vincent's, de Nova York, faz questão de mencionar que ali morreu Dylan Thomas, e cita as últimas palavras do poeta: ''Quinze uísques; acho que foi meu recorde''.

Está de calça cáqui e camisa azul-clara ''buttoned-down''. Não usa terno nem gravata. Os cabelos brancos ondulados estão mais raros e curtos do que quando ele era famoso; ganharam um tom amarelo, penteados para a frente ao estilo do Frank Sinatra dos últimos dias.

As imagens que descrevo são de um vídeo perdido nas franjas do YouTube (is.gd/5N8BUg), na chamada cauda longa da web —aquela dos nichos mais obscuros. Pouco mais de 370 visualizações, quase nada.

O homem é jornalista, um dos grandes. Tem 71 anos, aparenta menos. Seu nome é Howell Raines. Por 21 meses, exerceu o que talvez seja o cargo mais prestigioso do jornalismo mundial: editor-executivo do ''New York Times''.

Pouca gente se lembra de Raines. Eu me lembro e sou fã.

(Para ler a íntegra, basta clicar aqui.)


O incrível é que Felipe precisou faltar a treino para ser barrado no Fla
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Mário Magalhães

O goleiro Felipe – Foto Pedro Ivo Almeida/UOL

 

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Ney Franco fez muito bem em barrar Felipe do jogo do Flamengo ontem contra o Santos, miserável empate sem gols.

O incrível é que o treinador e o clube precisaram ser publicamente ofendidos pelo goleiro para que ele fosse afastado.

Sim, representa ofensa e desafio ficar dormindo em vez de comparecer a treino, como fez Felipe na sexta-feira. Com o time numa tremenda pindaíba, um dos principais e mais caros jogadores do elenco se permite, de acordo com sua assessoria, confundir a escala de treinamentos. Enquanto os companheiros ralavam, ele alegadamente entregava-se ao sono até depois do meio-dia.

É incrível que a barração demorasse porque Felipe vinha jogando mal havia muito tempo. Mal ao sair do gol, mal em bolas rasteiras, mal em quase tudo.

Ingênuo que sou, imaginei que o mico do gol do Fred em cima da linha, no escanteio do Fla x Flu, fosse a gota d'água. Não foi.

Também supus que a negligência em lances nos quais brincou com a bola e por pouco não a presenteou a adversários fosse sua despedida como titular. Nada.

Contra o Bahia, não achei escandaloso o gol tomado em cobrança de falta, mas a colocação excessivamente no canto direito facilitou o cobrador que empatou no finzinho.

Ainda bem que o Felipe mostrou, até para quem não parecia ver, que não está nem aí para o Flamengo.

Paulo Victor foi bem contra o Santos, a despeito de uma falha grave em reposição de bola. Mesmo que não tivesse ido, eu manteria minha opinião sobre ele: é bom goleiro, e mais experiente do que o promissor César.

Ponto para Ney Franco, que fez no Morumbi o que Jayme já poderia ter feito antes e que o novo técnico evitou ao assumir: tirar o gorducho André Santos da lateral esquerda. No entanto, penso que exagerou na preocupação defensiva ao escalar como substituto um zagueiro, Samir, e não Éverton ou João Paulo. Ainda mais com três volantes.

Também acertou ao afastar Elano, sem condições atléticas de encarar um jogo de verdade.

O empate contra o Santos muito desfalcado mostrou pelo enésima vez que, sem reforços, nem o Guardiola faria milagres no Flamengo. Não dá para trazer o Di María, eu sei, mas é urgente contratar.

Pitaco técnico: Paulinho foi crucificado por perder nos acréscimos um suposto gol feito. Poderia ter marcado, mas pouco antes de ser chutada a bola levantou, em virtude de irregularidade no gramado. Isso atrapalhou a conclusão. Repito: dava para fazer, mas não considero o erro nenhuma aberração, tipo aquela inesquecível do Deivid.