Blog do Mario Magalhaes

O fantasma da decadência de Messi e a ascensão de Neymar

Mário Magalhães

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A dupla genial, em imagem de 2016 – Foto Albert Gea/Reuters

 

Olhando os números, soa a insensatez falar em decadência de Lionel Messi.

Ele é o artilheiro da Champions, com 11 gols.

Também lidera a tabela de goleadores da Liga da Espanha, com 23.

Aferiram velocidade máxima do argentino em 31 km/h na competição maior europeia.

Neymar, quase cinco anos mais jovem, superou-o por pouco, 32 km/h.

Messi é o melhor jogador que eu vi nos campos (Zico é hors-concours).

Mesmo trintão, daqui a três meses, ainda encantará com jogadas e atuações geniais, decidirá partidas, será determinante para o Barcelona acumular canecos _a seleção argentina são outros quinhentos.

A despeito de tudo isso, a impressão é que Lionel Messi é um jogador decadente.

Não deixará de ser craque, o gigante de 1,69 metro de altura. Não se tornará um joão, um perna de pau.

Mas o seu auge parece ter passado.

As duas partidas mais recentes reforçam a desconfiança de meses.

Nos 6 a 1 contra o PSG que entraram para a eternidade, o camisa 10 não foi tão mal quanto alguns comentaram.

Converteu o pênalti que lhe coube.

Quem lançou Suárez no lance em que o árbitro assinalou penal, e Neymar cobrou?

Messi, sim senhor.

No entanto, ao contrário do que costumava acontecer, ele deixou de ser o protagonista da façanha.

Esse lugar coube a Neymar.

Na derrota de ontem para o Deportivo La Coruña, 1 a 2, o argentino teve um dos piores desempenhos de sua longeva carreira.

Não errou somente os passes mais arriscados e sofisticados, que resultam em perigo grave ao oponente, mas até toquinho para o lado.

O brasileiro não jogou. Fez falta.

Na Catalunha, já falam em Neymardependência.

Isso que ele soma apenas 4 gols na Champions e 8 no Espanhol.

Atropela Messi em passes para gols: 8 a 2 na Champions e 8 a 7 no campeonato nacional.

Com talento assombroso em quase todos os fundamentos, Neymar tem nas finalizações sua maior deficiência técnica.

Talvez Messi tenha sido prejudicado na quarta-feira e no domingo por ter atuado muito no centro do ataque e da intermediária do adversário. Aquele setor engarrafou, ele se perdeu.

Aparenta cansaço.

Embora se movimente, sempre teve uma referência de posição original. Esteve na ponta direita, transformou-se em falso 9, regressou para o flanco.

Agora, tem oscilado entre o ataque e o meio, longe das linhas laterais.

É possível que, como noutras vezes, saiba se reinventar para render mais.

Messi parece ter consciência da ascensão de Neymar. Entregou-lhe a bola para cobrar um pênalti, contra o clube francês.

Se o craque supremo não mudou, recuperar o brilho constante, e não ciclotímico, será o desafio que o moverá.

O ser humano é movido a desafios.

Messi, muito mais.

Quando o técnico francês Raymond Domenech blasfema, dizendo que o argentino acabou para o futebol, está, sem querer, incentivando-o.

Mesmo que o ápice tenha ficado para trás.

E que talvez esteja principiando a era Neymar no Barcelona.

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