O ministro que se confundiu com um prêmio, por Alexandra Lucas Coelho
Mário Magalhães
Além de esplêndida escriba, a jornalista portuguesa Alexandra Lucas Coelho pensa bem que só.
É de autoria dela o comentário mais inspirado que eu li sobre o surto de truculência do representante do Estado brasileiro, Roberto Freire, contra o artista e cidadão Raduan Nassar.
Alexandra deu o toque: ''Claro que o ministro sumirá da história e a obra do premiado fica, enquanto houver alguma forma de livro no planeta. Para os livros de Raduan Nassar é indiferente o que passou na sexta. Mas a nós, contemporâneos, importa, sim, que um membro do poder político abuse do cargo, confundindo, distorcendo e agredindo um criador como Raduan, protagonista único da cerimónia, que lhe devia merecer, no mínimo, silêncio. Não cabe ao ministro aprovar ou reprovar o discurso do premiado, não lhe cabe responder. Tal como não é preciso alguém estar de acordo com Raduan politicamente para entender como foi absurdo o que se passou. O prémio não é deste governo, é patrocinado por dois Estados, e atribuído por um júri. A sua aceitação nunca deverá implicar um discurso bem-agradecido. Um ministro da Cultura que veja os criadores como estando ao serviço não entendeu nada''.
Para ler a íntegra do artigo, publicado no jornal ''Público'', basta clicar aqui.