Crivella chia, enquanto 75% dos deputados do PRB votam pela venda da Cedae
Mário Magalhães
Há cheiro de discurso para a galera na bronca do prefeito do Rio com a privatização da Cedae, aprovada ontem pela Assembleia Legislativa.
Marcelo Crivella afirma que, se a prefeitura não for ''ouvida'', pode não conceder licença para a empresa de águas e esgotos operar no município.
Mais: especula criar uma empresa municipal para assumir esses serviços.
Na sexta-feira, o prefeito havia dito num almoço: ''O governador Pezão, espremido pela situação do Estado, tem que aceitar uma imposição do governo federal, o que não diz respeito aos nossos interesses. Por quê? Nós não sabemos se essas ações serão vendidas para uma empresa francesa, americana ou inglesa, que virá aqui para explorar bens que, para nós, são fundamentais. Quanto isso vai custar? Será que teremos 100% dos nossos lares atendidos com boa água e esgotos coletados e tratados? Porque isso para nós é fundamental. A Cedae não é uma empresa deficitária, está tendo lucro. O Rio de Janeiro paga um pouco mais pelos serviços. Poderíamos pagar menos se tivéssemos uma concessão''.
Com toda essa combatividade e preocupação com o patrimônio público, Crivella espera marcar pontos com os cariocas contrários à liquidação da Cedae _eles não são poucos.
Só que precisa explicar por que três dos quatro deputados estaduais do seu partido, o PRB, votaram pela venda da Cedae.
São eles: Tia Ju, Benedito Alves e Carlos Macedo. O deputado Wagner Montes votou contra.
Crivella não é peixe pequeno no PRB do Estado.
É seu principal nome.
Fala uma coisa, e seus correligionários fazem outra.
Estranho, não?