Petistas votam em Eunício e Picciani, mas o inferno são só os outros…
Mário Magalhães
Notícias da semana.
Eunício Oliveira (PMDB-CE) foi eleito presidente do Senado com votos de sobra.
Um dos próceres do seu partido, o senador é um peemedebista muito peemedebista, o que o sintetiza e dispensa lero-lero.
Nas planilhas da Odebrecht, a Polícia Federal o identificou como ''Índio''.
De acordo com delações na Operação Lava Jato, ele embolsou propina.
Do time de Michel Temer, ainda anteontem Eunício trombeteava a urgência da reforma da Previdência cujos termos sacrificam ainda mais os mais pobres.
Eunício foi apoiado pelos de sempre, como o seu PMDB, o PSDB e o DEM.
E pela maioria da bancada do PT.
PT que no Rio não se dividiu. Votou em bloco a favor do sexto mandato de Jorge Picciani como capo da Assembleia Legislativa.
Picciani do mesmo PMDB de Eunício.
E de Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão.
Picciani que, vitorioso, propagandeou o ''pacote de ajuda'' do Planalto ao Rio _a rigor, exigências de um arrocho mais profundo.
Também no Rio, Picciani foi consagrado pelos votos de PMDB, PSDB e companhia.
Incluindo os deputados do PT.
Picciani é mencionado nas investigações da Lava Jato. Teria pedido e recebido dinheiro da Odebrecht.
Depois de tudo, os petistas endossaram Eunício e Picciani.
Não faltaram argumentos protocolares, como ''respeitar a proporcionalidade das bancadas'' e outros, mais politiqueiros do que políticos.
Nos tempos em que Eunício foi ministro das Comunicações de Lula, o PT poderia dizer que não sabia. Agora, não dá mais.
O mais incrível é que o PT continua achando _ou alegando_ que o inferno são só os outros.
P.S.: na Câmara, a bancada petista apoiou à presidência o candidato derrotado André Figueiredo (PDT-CE). O voto é secreto.