Ao contrário do que pensam os fanáticos, é possível divergir sem odiar
Mário Magalhães
O gesto trivial do abraço na hora do adeus, embora generoso, emocionante e solidário, vira quase manifesto civilizatório em tempos de intolerância e cólera.
Em 2008, Lula e Fernando Henrique se abraçaram no velório de Ruth Cardoso.
Ontem, FHC e Lula se abraçaram no hospital onde Marisa Letícia vive seus momentos derradeiros.
Na quadra histórica em que os fígados sufocam os corações, um senhor octogenário e um senhor septuagenário agiram quase como subversivos.
Adversários políticos, mostraram que é possível divergir sem odiar.
Um ato digno, contra a indignidade.