Blog do Mario Magalhaes

A palavra ausente na nota da Odebrecht (o pedido de desculpas meia-bomba)

Mário Magalhães

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Busca da PF em instalações da Odebrecht, em São Paulo – Foto Zanone Fraissat/Folhapress

 

Li e procurei, não encontrei. De novo, e nada. Procurei tanto, que desconfiei do buscador de palavras. Copiei o texto e o colei no Word, buscando mais uma vez. Sem sucesso.

A nota da Odebrecht pedindo desculpas por ''práticas impróprias'' não contém a palavra crime ou variantes como crimes, criminosos, (práticas) criminosas.

A empreiteira brasileira número 1 fala em ''vícios'', ''grande erro'', ''desvios''.

Recusa-se, contudo, a explicitar o que a empresa vem cometendo: crime.

Incomoda assistir a ladrões do dinheiro público, atuando no time dos corruptores, se pronunciarem em tom de quem dá lição de moral sobre decência.

Somos ou não o país da hipocrisia?

A hipocrisia grassa também entre os corruptos, como numerosos próceres de todos os partidos grandes.

Nem na hora do sufoco a Odebrecht se assumiu como criminosa, ainda que alegadamente arrependida.

Imagina quando a barra lhe ficar mais leve.

Em tempo: ''prática imprópria'' é coçar o patrimônio em público; crime é outra coisa.

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