Imaginação de Crivella inventa plebiscito e referendo inexistentes no Rio
Mário Magalhães
Prefeito eleito do Rio, Marcelo Crivella tem repetido que sua vitória no domingo representou a manifestação popular sobre três temas tão relevantes quanto controversos: ''O que o povo do Rio determinou nesse momento das urnas é que as pessoas são contra liberação das drogas, legalização do aborto e a discussão de ideologia de gênero nas escolas. Isso foi dito na minha eleição''.
Deixe-se para lá as palavras escolhidas pelo bispo, como ''liberação das drogas'', que mais confundem do que explicam. Maconha, crack, cocaína, LSD, do que se trata?
Os cidadãos não se pronunciaram sobre descriminalização ou não de qualquer droga ilícita.
Muito menos sobre descriminalização do aborto.
Menos ainda sobre questões de gênero no ensino.
Daqui a pouco, Crivella vai supor que os cariocas são majoritariamente botafoguenses, por ser o Botafogo o clube pelo qual o senador torce.
É possível ou provável que, se instados a opinar nas urnas sobre assuntos como os enumerados pelo futuro prefeito, os eleitores o acompanhem nas opções conservadoras.
Mas não houve plebiscito ou referendo, consulta sobre drogas, aborto e questões de gênero na educação.
E sim a _importante, é óbvio_ eleição do novo prefeito.