O candidato das milícias no 2º turno do Rio
Mário Magalhães
O jornalismo prestou um bom serviço na campanha do primeiro turno a prefeito do Rio ao informar que milícias cobraram até R$ 120 mil para autorizar candidatos a fazerem propaganda nas áreas dominadas por elas.
É razoável supor que, sem postulantes à Câmara Municipal, o negócio eleitoral dos criminosos tenha terminado no domingo.
Mas não o poder violento e à margem da lei sobre moradores de numerosos bairros e comunidades.
Fica a curiosidade: esses bandos paramilitares vão se manter neutros no mata-mata decisivo?
Ou têm candidato de preferência?
Pedirão voto para algum deles?
Em caso positivo, também é sensato acreditar que inexista compromissos entre um concorrente predileto e as milícias.
Talvez, nessa hipótese, se trate mais de um voto contra um do que a favor de outro.
É isso mesmo?
Ou seja, a pauta jornalística é gorda e está quicando.
Seria útil aos cidadãos e aos eleitores conhecer o que ocorre, às vésperas do segundo turno, também nos locais controlados pelas milícias.
Mesmo sabendo, reitere-se, que ser apoiado pelos milicianos não implica necessariamente vínculos com eles.