Blog do Mario Magalhaes

Ibope da véspera da eleição expôs fragilidade de Paes como cabo eleitoral

Mário Magalhães

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O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB) – Foto Felipe Hanower/Folhapress

 

Segue a ladainha segundo a qual um tropeço de marketing teria sido determinante para que o candidato Pedro Paulo (PMDB) não passasse ao segundo turno do Rio.

O erro teria sido afastar da campanha por algum tempo o prefeito Eduardo Paes, correligionário e fiador de Pedro Paulo.

O peemedebista ficou em terceiro lugar, com 16,12% dos votos válidos. Marcelo Freixo (PSOL), segundo colocado, colheu 18,26% _portanto, apenas 2,14 pontos a mais.

A hipótese de mancada marqueteira exige duas suposições: que os eleitores ignorassem que Pedro Paulo era o candidato de Paes; que o prefeito tivesse números fulgurantes de aprovação.

Não ocorreu nem uma coisa nem outra.

Por pelo menos um ano Paes apresentou por toda a cidade Pedro Paulo como seu futuro candidato. No começo e na reta final da campanha, apareceu na TV pedindo votos para o antigo secretário. O Rio sabia que Pedro Paulo era a continuidade, e o deputado repetiu isso até o debate na TV Globo, assistido pela maioria dos eleitores (54%, de acordo com o Datafolha).

Justa ou não, a opinião dos cariocas sobre a administração Paes é majoritariamente negativa. Por isso ele sumiu em parte da campanha, com sua concordância: era mais ônus do que bônus.

pesquisa divulgada pelo Ibope no sábado trata também da avaliação a respeito de Eduardo Paes:

* enquanto 25% classificam sua administração como ótima/boa, 33% a julgam ruim/péssima;

* sobre a ''forma como o prefeito vem administrando a cidade'', 36% a aprovam e 56% a desaprovam.

Paes é hoje um cabo eleitoral frágil (tem condições de dar a volta por cima).

Por que, então, ele reapareceu com força total no fim da campanha?

Como seu candidato não decolava, por muitos motivos, houve um esforço para aproximar o desempenho eleitoral de Pedro Paulo das avaliações ótimo/bom do governo Paes.

O PMDB não conseguiu, porque a transferência de votos não é automática. Em São Paulo, a prefeita Marta Suplicy era bem avaliada como prefeita, mas fracassou em 2004 ao tentar a reeleição.

Um conjunto de debilidades políticas tirou Pedro Paulo do mata-mata decisivo.

Mas, na falta de um mordomo, há quem prefira culpar o marqueteiro.

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