Para Eduardo Paes, Olimpíada representou a ‘maldição do Pan’ de Cesar Maia
Mário Magalhães
Em dezembro de 2008, às vésperas do fim de mais um mandato do prefeito Cesar Maia, indaguei-lhe o motivo do fiasco eleitoral da candidata apoiada por ele na sucessão do Rio.
Cesar apontou uma das causas determinantes: ''O Pan-Americano foi um sucesso para a cidade. Do ponto de vista da ação do governo, foi o elemento de desintegração da imagem''.
Para bancar os Jogos de 2007, Cesar tivera de, em suas palavras, ''derrubar as despesas'' noutras frentes.
O prefeito lançara Solange Amaral para concorrer pelo DEM. Ela não alcançou nem 4% dos votos válidos. No segundo turno, Eduardo Paes (PMDB) venceu Fernando Gabeira (PV).
O Pan de 2007 foi recebido com entusiasmo pelos cariocas. Nem assim rendeu votos.
A Olimpíada de 2016 entusiasmou muito mais gente.
Deixa como herança benefícios aos cidadãos, apesar dos pesares, e até onde se conhece a caixa-preta das finanças do município.
É evidente, porém, que grassa a percepção de que a cidade tinha outras prioridades.
Podiam ou não ser contraditórias com a agenda olímpica, mas os eleitores parecem pensar que sim.
Candidatos como Marcello Crivella, o mais votado ontem, bateram na tecla de que não se opunham aos Jogos deste ano, mas que existem mazelas sociais e urbanas que deixaram de ser combatidas.
No final das contas, a Olimpíada não proporcionou votos para Pedro Paulo, o candidato do prefeito Eduardo Paes.
A ''maldição do Pan'' ressurgiu em 2016.