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Rio: com Molon candidato e Marina na TV, Rede flerta com fiasco na estreia

Mário Magalhães

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Alessandro Molon, candidato da Rede a prefeito do Rio – Foto Sergio Lima/Folhapress

 

O Datafolha foi às ruas do Rio nesta semana e, com algumas oscilações, confirmou o quadro com segundo turno certo e Marcello Crivella (PRB) disparado na intenção de voto para prefeito. No limite, há seis candidatos em empate técnico no segundo lugar.

Se confirmada a tendência, a eleição marcará um retumbante fracasso da Rede Sustentabilidade em sua estreia nas urnas cariocas. Seu candidato é o deputado federal Alessandro Molon.

Em 2014, pela legenda do PSB, Marina Silva obteve 31,14% dos votos válidos no município do Rio, desempenho muito melhor que no Brasil, 21,32%.

Marina aparece na TV, anunciando seu apoio ao correligionário, mas Molon não embala. Ambos são ex-petistas.

Uma das dificuldades do novo partido é que Molon só dispõe de 18 segundos no horário eleitoral. No entanto, Marcelo Freixo (PSOL) tem meros 11 segundos e alcança 10% no Datafolha. Flávio Bolsonaro (PSC), com 23 segundos, atinge 7%.

Outro motivo para a performance ruim é que Molon, com perfil de esquerda, não conseguiu conquistar muitos eleitores de Freixo e de Jandira Feghali, do PC do B (1 minuto e 27 segundos, 9%).

Em 2008, concorrendo a prefeito pelo PT durante o segundo governo Lula, Molon amealhou 5% dos sufrágios. Não foi além sobretudo porque o popular presidente, comprometido também com candidatos de outras agremiações da base do governo federal, não se empenhou em sua campanha.

Há muitas razões em 2016 para o flerte de Molon com o fiasco. É possível que a múltipla personalidade política da Rede contribua decisivamente.

Os eleitores veem na televisão Molon, que lutou com bravura contra a deposição de Dilma Rousseff, ao lado de Marina, que endossou o impeachment.

Não se trata de questão secundária, mas de episódio que sintetiza visões e atitudes em relação ao poder e à democracia.

Colega de Molon na bancada da Rede fluminense na Câmara, Miro Teixeira militou pelo impeachment.

A Rede, em nome da liberdade de ação aos seus filiados, comporta-se como um saco de gatos, mimetizando velhos partidos.

Como não está muito claro o que a Rede é, fica difícil Molon emplacar.

Apesar de o combativo deputado ter larga folha de bons serviços prestados à cidade, à democracia e aos direitos humanos.

Sua rejeição é baixíssima, 13%. Não basta, contudo, para decolar.

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