Blog do Mario Magalhaes

Depois de aplaudir Cunha e defender torturador, Bolsonaro ficou em silêncio

Mário Magalhães

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Em 17 de abril, Bolsonaro elogiou Cunha – Foto Alan Marques/Folhapress

 

Na degradante sessão da Câmara de 17 de abril, decisiva para o avanço do impeachment, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ)  aplaudiu Eduardo Cunha e celebrou a memória do torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra.

Aclamado por seus aliados, o capitão do Exército discursou: ''Nesse dia de glória para o povo brasileiro, tem um nome que entrará para a história nessa data, pela forma como conduziu os trabalhos nessa Casa. Parabéns, presidente Eduardo Cunha!''

''Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra'', emendou Bolsonaro.

Ustra (1932-2015) comandou de 1970 a 1974 o Destacamento de Operações de Informações do II Exército, em São Paulo.

Aquela unidade foi o maior campo de concentração urbano da ditadura (1964-1985).

Lá torturavam, matavam, escondiam corpos. Tudo à margem da lei, até das leis da ditadura,

Na noite de 12 de setembro, Bolsonaro não discursou.

E votou pela cassação do mesmo Eduardo Cunha elogiado por ele em abril.

De lá para cá, mudou Cunha ou mudou Bolsonaro?

Provavelmente, nenhum dos dois.

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