Blog do Mario Magalhaes

Na estreia, seleção só tem cabeça e membros. Faltou meio-campo, o corpo

Mário Magalhães

Brasil e África do Sul se enfrentam em Brasília; acompanhe lance a lance da partida

Neymar, na estreia olímpica de 2016 – Foto Pedro Ladeira/Folhapress

 

A palavra equilíbrio é um dos mantras do futebol contemporâneo. Foi equilíbrio o que mais faltou à seleção brasileira masculina na estreia olímpica. O time de Rogério Micale teve cabeça e membros, mas faltou corpo. Isto é, viu-se defesa e ataque, mas não meio-campo. Sem meio, o ataque e a defesa ficaram mais fracos.

Brasil e África do Sul empataram em 0 a 0, pelo grupo A.

Num campo maltratado em Brasília, a seleção pareceu se surpreender com a qualidade do adversário, muito técnico e muito organizado. Ansiosa, começou arriscando _e errando_ passes longos. A bola queimava os pés. No primeiro tempo, Neymar conseguiu acertar dois chutes perigosos, que o goleiro Khune espalmou para escanteio. Renato Augusto esteve irreconhecível. Serão as atribuições excessivas de defender e atacar? Ou a transferência para o pouco competitivo futebol chinês já traz consequências ruins?

Com nossa defesa longe do ataque, e os meias brasileiros isolados, os sul-africanos tiveram espaços e criaram boas chances. Jogam redondo, infiltram-se em linha de passe.

O Brasil continuou mal depois do intervalo. Jogadores parados, jogadas previsíveis. Levou olé, com demorada troca de passes da África do Sul.

A partida mudou aos 14 minutos, com a expulsão justa de Mvala.

Mas, em vez de reforçar a criação do meio, Micale preferiu substituir o meia Felipe Anderson pelo atacante Luan. Passamos a ter quatro no ataque.

Aos 23 minutos, impedido, Gabriel Jesus acertou a trave.

A seleção pressionou, mas não chegou lá.

Para evoluir, precisa ganhar corpo. Ou meio.

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