Em plena Rio-2016, filho de Cabral, o do Maracanã, é secretário de Esporte
Mário Magalhães
Nos últimos meses, ex-executivos da Odebrecht e da Andrade Gutierrez deram depoimentos descrevendo um esquema de propina na reconstrução do Maracanã para a Copa de 2014. O estádio receberá as cerimônias de abertura e encerramento da Olimpíada, além de partidas decisivas do futebol.
De acordo com os testemunhos, o ex-governador Sérgio Cabral embolsou 5% do valor da obra, que custou infame R$ 1,2 bilhão aos cidadãos. Teria levado, de acordo com os funcionários das empreiteiras, R$ 60 milhões. Cabral, prócer do PMDB, nega ter participado de falcatrua.
Nem com todos os pormenores fornecidos pelos delatores Cabral perdeu influência na Secretaria de Estado de Esporte, Lazer e Juventude do Rio de Janeiro. O secretário é seu filho Marco Antônio Cabral.
Eleito deputado federal em 2014 aos 23 anos, com mais de 100 mil votos, Marco Antônio foi nomeado secretário pelo governador Pezão, que por sua vez fora escolhido por Cabral para concorrer ao Palácio Guanabara. O governador em exercício Francisco Dornelles manteve o filho de Sérgio Cabral.
Com Operação Lava Jato e tudo, o filho de Sérgio Cabral continua o responsável do governo pelas questões relativas ao Maracanã. A Odebrecht, controladora da concessionária do estádio, quer devolvê-lo ao Estado. De novo, a Odebrecht na fita.
Marco Antônio não é Sérgio, mas seria secretário se não fosse o pai?