Blog do Mario Magalhaes

Triunfo português na Eurocopa consagra o pacto mais generoso do futebol

Mário Magalhães

Legítimos, merecidos, valentes campeões da Euro – Foto divulgação

 

Futebol é pacto coletivo, e não a soma protocolar de indivíduos.

O time não é um mais um. Ao menos não com resultado dois. Um mais um tem de ser mais que dois.

É o compromisso generoso com o outro, que mais do que colega é companheiro.

Ainda que sejam diferentes, uns melhores, outros piores.

A ideia luminosa do futebol como exercício de conjunto engrandece.

Ao contrário da concepção narcísica do craque cujo horizonte não ultrapassa o próprio umbigo.

Garrincha já seria gênio pelo que jogava. Tornou-se legenda por jogar para o time, como na Copa de 62.

Os craques em campo e na vida perdem e ganham juntos. Mesmo sabendo que sobram na turma.

A conquista portuguesa ontem na França, contra a seleção da casa, enobrece o futebol.

Porque o pacto coletivo triunfou na Euro.

Ao perder seu único cracaço, Cristiano Ronaldo, no comecinho do jogo, os portugueses não esmoreceram.

Agigantaram-se.

Só coletivamente suportariam a pressão. Assim teriam chance de transformar sonho em caneco.

Diante do adversário mais time e da torcida frente à qual tantos sucumbiram, a seleção portuguesa perseverou.

Mostrou que o futebol é feito mosqueteiro de Dumas, um por todos, todos por um.

A façanha entra para a história das superações nos gramados.

Cara a cara com os Golias da vida, os Davis sempre terão Paris para se inspirar _ou Saint-Denis, nos arredores da capital francesa.

Um domingo para não esquecer.

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