Blog do Mario Magalhaes

Maior problema do Flamengo é tática, não elenco; Wallace é bode expiatório

Mário Magalhães

Juan (e) não escondeu o descontentamento com a eliminação do Flamengo

Juan e Léo Duarte: abandonados à própria sorte – Foto Gilvan de Souza/Flamengo

 

Não, amigos, o maior problema do Flamengo não é falta de garra. Todo mundo se esforçou muito ontem na derrota por 2 a 1 para o Fortaleza, vexame que eliminou o rubro-negro da Copa do Brasil.

Nem de elenco, a despeito de deficiências inegáveis. Há jogadores de sobra capazes de vencer um adversário, como a da noite desta quarta-feira, que disputa a série C do Campeonato Brasileiro.

O vexame decorre não de menosprezo pelo bravo tricolor cearense, mas da assimetria entre os dois clubes.

A maior deficiência do Flamengo é tática. Para chegar ao ataque, é lento. E o sistema defensivo é excessivamente frágil.

Como escrito aqui na segunda-feira, ''sem proteção, podem montar zaga Baresi-Gamarra ou Hummels-Domingos da Guia, que os defensores ficarão expostos''.

Como ficaram Juan e Léo Duarte nos dois gols sofridos na noite passada.

Parece que a atribuição de proteger o gol de Paulo Victor é exclusiva dos zagueiros e do volante Cuéllar.

Parece, não: tem sido assim.

Hoje li comentários criticando Juan e Léo. Antes, quem era avacalhado era Wallace.

O problema não é de nenhum dos três, embora, como qualquer pessoa, eles tenham os seus dias melhores e os seus dias piores.

É da tática suicida que os desprotege.

Wallace virou bode expiatório e resolveu partir. Ontem muita gente ficou chateada por não ter como culpá-lo.

Se o ataque aproveitasse o desequilíbrio, mas isso não tem ocorrido.

Cobrar de Jayme de Almeida é covardia. Ele montou o time como tem feito Muricy, que se recupera de susto médico.

Era possível supor que Ederson, de costas para o gol oponente, no papel de centroavante, seria invenção destinada ao fracasso.

E já se sabe que Emerson não tem condições físicas de ajudar com intensidade na marcação _ficou pelo caminho no segundo gol do visitante. Também não entendo por que ele está embolando pelo meio do ataque, em vez de abrir por uma das pontas.

Há quem julgue Jorge um lateral-esquerdo de altíssimo nível. Para que tal condição venha a existir, ele tem de ser treinado para marcar melhor. Além de se aperfeiçoar fisicamente, no que o tempo ajudará o jovem atleta. É raro ele ganhar uma corrida. Mas técnica tem de sobra, pode ir longe.

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