Blog do Mario Magalhaes

Por que só agora, após a votação do impeachment, Eduardo Cunha é ilegítimo?

Mário Magalhães

Eduardo Cunha, ainda presidente da Câmara dos Deputados – Foto Pedro Ladeira/Folhapress

 

Deu-se enfim a descoberta, sobretudo por certos círculos jornalísticos: Eduardo Cunha não tem legitimidade para exercer o cargo de deputado federal, muito menos para presidir a Câmara.

De acordo. Antes tarde do que nunca.

O curioso é que não ocorreu novidade de vulto depois da votação da Câmara autorizando o Senado a se pronunciar sobre o impeachment de Dilma Rousseff.

As acusações e suspeitas contra Cunha já haviam sido formuladas.

Ele já era réu no Supremo Tribunal Federal, denunciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Aos seus pares, assegurara não ter conta no exterior, versão desautorizada por documentos apresentados por autoridades suíças.

Por que só agora Eduardo Cunha é ilegítimo e quem sabe ilegal, e não antes, quando presidiu a sessão que deu sinal verde para a deposição da presidente constitucional que não cometeu crime?

Estranho. Estranhíssimo.

A presença do famigerado Cunha à frente do show de horrores de 17 de abril é suficiente para considerar ilegítima a decisão contra a governante eleita pelo voto popular.

Mas só agora descobrem que Cunha é Cunha.

Ontem o deputado estava no Palácio do Jaburu, tramando com seu aliado Michel Temer.

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