Blog do Mario Magalhaes

Michel Temer flerta com ‘síndrome de FHC’: sentar na cadeira antes da hora

Mário Magalhães

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Na campanha de 1985, FHC senta na cadeira de prefeito – Foto Flávio Canalonga/Acervo ''Folha''

 

A história vive pregando peças, e às vezes as reedita sem cerimônia.

No dia 14 de novembro de 1985, o sociólogo Fernando Henrique Cardoso sentou na cadeira de prefeito de São Paulo.

A eleição municipal seria no dia seguinte, e FHC, que ainda não era conhecido pelas três letras, tentava suceder Mário Covas.

Seu adversário mais forte era o ex-presidente Jânio Quadros.

Confiante, Cardoso posou para fotos na mesa que imaginava vir a ocupar.

Deu no que deu: Jânio venceu no voto e, ao assumir, desinfetou a cadeira alegando que ''nádegas indevidas a usaram''.

O tropeço não impediu FHC de ir muito mais longe, exercendo duas vezes o mandato de presidente da República.

Tenho pensado no episódio de três décadas atrás por causa de Michel Temer.

O vice trabalha a favor do impeachment de Dilma Rousseff. Assim, sucederia a presidente, dispensando o voto popular.

Ele vaza ou permite vazar informações sobre um futuro governo seu.

Quem mandaria mais, quem mandaria menos.

Os ministros da Fazenda e da Justiça, em eventual administração Temer, parecem escalados.

O ''primeiro-ministro'', também.

O aspirante ao Planalto demonstra confiança semelhante à de FHC em 1985.

Temer deveria tomar cuidado com as peças, como a ''síndrome de FHC'', pregadas pela história.

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