Pezão, obscurantismo e a lorota do técnico que ‘muda jogo’ com substituição
Mário Magalhães
Não é raro um técnico de futebol ser celebrado por uma substituição de jogador quando na verdade deveria ser criticado pela escalação errada.
''Mudou o jogo'', reverenciam os bajuladores.
''Quase entregou o jogo'', impõe-se a real.
Às vezes, não dá tempo de a correção resultar na virada necessária.
Aí, é inapelável: ''entregou o jogo''.
Ocorreu coisa parecida outro dia aqui no Rio.
O governador Luiz Fernando Pezão deu cartão vermelho a Ezequiel Teixeira, secretário estadual de Assistência Social e Direitos Humanos.
O problema original foi nomear tal sujeito para posto tão relevante.
Ezequiel Teixeira defende ideias medievais como a ''cura gay''.
''Eu não creio só na cura gay, não. Creio na cura do câncer, na cura da Aids'', disse ao jornal ''O Globo'' o agora ex-secretário.
Pezão disse desconhecer a pregação e as convicções de Teixeira.
Estranho, pois até na campanha para deputado federal ele bazofiou sua agenda obscurantista.
Pezão acertou ao demitir quem, entre outras ações, sufocava o programa Rio Sem Homofobia.
Mas errou gravemente antes, ao escalar para a pasta dos Direitos Humanos quem conspira contra eles.
Não fosse a grita de cidadãos conscientes, teria entregado o jogo.