O ano em que a ditadura conspirou contra o Prêmio Nobel para D. Hélder
Mário Magalhães
Em 1971, poucos espectros amedrontavam a ditadura como a concessão do Prêmio Nobel da Paz para D. Hélder Câmara.
O arcebispo de Olinda e Recife era um dos dois grandes favoritos, ao lado do social-democrata Willy Brandt, chanceler da Alemanha Ocidental.
Dom Hélder tinha a seu favor o trabalho pastoral em favor dos pobres e da democracia.
Acabou dando o alemão, três votos a dois contra o bravo baixinho cearense tido por muitos como pernambucano.
O governo Médici operou um tremendo lobby contra D. Hélder, opositor da ditadura, tido pela alta hierarquia militar como um socialista perigoso.
O Itamaraty se encarregou do grosso do trabalho sujo, em articulações chantagistas contra empresas escandinavas com negócios vultosos no Brasil _o Nobel da Paz é atribuído por um comitê norueguês.
A história de ''chantagem, ameaças e dossiês'' contra a candidatura do padre católico é contada numa reportagem de Samarone Lima recém-lançada.
Pode ser lida gratuitamente no Marco Zero Conteúdo _basta clicar aqui.
Agrupando uma galera de responsa do Recife, o Marco Zero se apresenta como ''um coletivo de jornalismo investigativo que aposta em matérias aprofundadas, independentes e de interesse público''.
A reportagem de Samarone Lima é bom exemplo do alto padrão do trabalho deles.