Jaques Wagner fala de olho em 2018
Mário Magalhães
Entre os propósitos de recentes declarações do ministro Jaques Wagner (Casa Civil), há um que não é secundário: a pretensão de concorrer à Presidência caso seu correligionário Lula não dispute a eleição de 2018.
Por um lado, Wagner critica seu partido por reproduzir métodos tradicionais de política ou politicagem: ''Quem nunca comeu melado, quando come, se lambuza''.
Por outro, une-se ao PT na defesa da soberania do voto popular, contra as iniciativas pró-impeachment de Dilma Rousseff.
É lógico que pensa nos embates do presente.
Mas também no futuro: depois ter sido ministro de Lula e Dilma, governador da Bahia por oito anos e emplacado o sucessor, seu projeto é ir mais longe.
Em 2018, quando Wagner terá 67 anos, o candidato da vez será Lula, que completará 73 no mês da eleição.
Se o ex-presidente desistir, Jaques Wagner tentará ser o candidato de Lula e Dilma, portanto do PT.
A seu favor, o ministro conta com rara habilidade de costura política, talento ausente no Planalto.
Se a eleição fosse hoje, suas chances, devido à impopularidade de Dilma, estariam próximas a zero.