Concessionária do VLT Carioca responde ao blog
Mário Magalhães
A concessionária do VLT do Rio contesta informação do blog veiculada no dia 30 de dezembro.
O post ''Obras a mil por hora do VLT no Centro do Rio. A mil? A zero! Ao menos aqui'' afirma que existe atraso na obra do sistema de veículos leves sobre trilhos.
Por meio da FSB Comunicação, a concessionária enviou nota, publicada integralmente abaixo, negando atraso.
Em seguida à nota, o blog esclarece os fatos.
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NOTA DO VLT CARIOCA
A Concessionária do VLT Carioca, contratada pela Prefeitura do Rio para a implantação e operação do Veículo Leve sobre Trilhos, esclarece que o trecho que ligará a Central do Brasil à Praça XV corresponde à segunda etapa da obra de implantação do VLT, prevista para entrar em operação no segundo semestre de 2016, após as Olimpíadas, conforme estabelecido no projeto e já anunciado publicamente.
Já o primeiro trecho, que ficará pronto ainda no primeiro semestre de 2016, irá ligar a rodoviária Novo Rio ao aeroporto Santos Dumont. As obras seguem normalmente e dentro do cronograma.
A Concessionária informa ainda que as obras da Rua Sete de Setembro fazem parte da segunda etapa do projeto, esta que será inaugurada no segundo semestre de 2016.
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RESPOSTA DO BLOG
Pelo menos quatro registros documentais, inclusive de autoria de sócio da Concessionária do VLT Carioca, comprovam que o prazo original não era o que consta da nota da concessionária:
Reprodução 1) O poder concedente do VLT é o Município do Rio de Janeiro. O governo federal, por intermédio do seu portal ''Brasil 2016'', divulgou em 28 de março de 2014: ''A previsão da Prefeitura é que as obras sejam concluídas no fim de 2015''. A fonte da informação? A ''Prefeitura do Rio'', diz o portal. ''As obras'', sem exceção, estariam concluídas em 2015. Não foram, em nenhum trecho do VLT.
Reprodução 2) O portal da Prefeitura do Rio de Janeiro foi claro, em 27 de março de 2014: ''A expectativa é que todas as etapas estejam concluídas no fim de 2015''. ''Todas'', e não ''algumas''. Eis a palavra de quem concedeu à concessionária o direito de implantar e operar o VLT por 25 anos.
Reprodução 3) Também em 27 de março de 2014, o PMDB do Rio, partido do prefeito Eduardo Paes, confirmou o prazo definido pela prefeitura, difundindo o anúncio oficial: ''A expectativa é que todas as etapas estejam concluídas no fim de 2015''.
Reprodução 4) Em 9 de maio de 2013, o site oficial da Odebrecht TransPort anunciou que o consórcio com presença desta empresa do grupo Odebrecht havia vencido a licitação para construção e operação do VLT do Rio. A Odebrecht TransPort possui participação de 24,4% na concessionária. O primeiro trecho do VLT, passando pela Cinelândia, teria ''conclusão no segundo semestre de 2015'' (e não ''no primeiro semestre de 2016'', como agora assinala a concessionária integrada pela Odebrecht TransPort). Já o trecho ligando a Central do Brasil à praça 15 (onde ancoram as barcas) teria obra ''a ser finalizada no primeiro semestre de 2016'' (e não ''no segundo semestre de 2016, após as Olimpíadas, conforme estabelecido no projeto e já anunciado publicamente'').
Logo:
a) A promessa ou compromisso do poder concedente (município, por meio da prefeitura) e da concessionária era ter os dois trechos principais do VLT em funcionamento antes da Olimpíada de agosto. Só um estará pronto.
b) As obras podem seguir ''normalmente e dentro do cronograma'' se for considerado novo prazo, o que não elimina a evidência de que há atraso em relação ao prazo original. Caso contrário, seria criado um critério despropositado: se uma pessoa promete concluir um serviço em um mês, e na véspera do prazo renova-o por mais um mês, e assim sucessivamente, ela pode passar anos sem terminar o trabalho e dizer que não está atrasada, pois respeita o cronograma mais recente.
No mais, como dito no post, o VLT parece uma boa. Tomara que esteja em operação, todo ele, até o fim deste ano.