Vale-tudo: aliados de Cunha investem em ‘cenário de caos’ no Brasil em 2016
Mário Magalhães
No fundo, o busílis não é Dilma Rousseff, nem seu péssimo segundo governo. E sim o Brasil.
Ao preferir respeitar as férias do tribunal, incluindo a dos seus ministros, a respeitar as urgências do país, o STF assegurou Eduardo Cunha na presidência da Câmara ao menos por muitas semanas de 2016.
Se alguém pensa que o deputado mudará de atitude, mantendo o confronto com a presidente da República, mas poupando a nação, está enganadíssimo.
Ele e seus aliados jogam fichas na política de terra arrasada.
Para isso, tentarão retardar as decisões sobre o impeachment da presidente constitucional.
Eis o que informam os repórteres Gustavo Uribe e Ranier Bragon: ''A estratégia de Cunha é reiniciar o processo de impeachment apenas em março, quando a perspectiva dele e da oposição é de uma piora nos cenários político e econômico'' (leia aqui).
Como sabe qualquer calouro de economia, as incertezas políticas _combinadas com as econômicas_ têm imenso impacto no volume de investimentos públicos e sobretudo privados.
No momento em que a recessão tabela com a depressão, o adiamento da resolução sobre o impedimento, ao renovar incertezas, prolonga o flerte com o abismo.
Movido por interesses particulares, Cunha sacrifica o Brasil e os brasileiros.
Sem limite, escrevem Uribe e Bragon: ''Até março, aliados de Cunha defendem que ele paralise projetos de interesse do governo na Câmara para gerar um 'cenário de caos' que agrave o quadro de crise, contribuindo para a queda da aprovação do governo e o fortalecimento de movimentos de rua pró-impeachment''.
Quando se fala em ''aliados de Cunha'' é possível ler ''Cunha''.
Por mais que o estilo do correntista seja não aparecer como o protagonista do vale-tudo.
Um dos aliados de Eduardo Cunha é Michel Temer.
Será que o vice-presidente missivista não toparia enviar uma cartinha contando o que pensa sobre o investimento num ''cenário de caos''?