Meninos, eu vi: no Pacaembu, há 20 anos, o Botafogo era campeão brasileiro
Mário Magalhães
Hoje faz 20 anos que o Botafogo conquistou o Campeonato Brasileiro.
Eu estava lá, no Pacaembu, no dia 17 de dezembro de 1995.
Em 2014, escrevi um brevíssimo depoimento para livro do jornalista Paulo Cezar Guimarães.
Reproduzo-o abaixo, com os cumprimentos aos amigos botafoguenses.
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Rubro-negro que sou com muita honra, torci pelo alvinegro _o carioca, fique claro_ na decisão do Campeonato Brasileiro de 1995. Torci e cobri a reta final do Botafogo. Ou, melhor, cobri e torci. Embora, no finzinho da finalíssima, eu tenha mais é torcido.
Repórter da sucursal da Folha de S. Paulo no Rio, acompanhei o cotidiano botafoguense às vésperas da batalha derradeira contra o Santos e viajei para o jogo no Pacaembu.
Guardo em especial três recordações daquele clássico.
No gol do Túlio, não esqueço, inexistiu clamor na tribuna de imprensa. Trocando em miúdos, não deu para ver no estádio, ao menos de onde eu estava, que houvera o impedimento milimétrico.
A segunda lembrança é de um colega torcedor do Botafogo. Nos últimos minutos, estávamos à beira do campo. Em vez de olhar a partida, o companheiro virou-se de costas para o gramado, talvez temeroso de que o coração não pudesse suportar as emoções épicas.
A terceira é da celebração do Túlio, carregado nos ombros de um fortão. Com lágrimas nos olhos, o artilheiro bradou: “Sou o Deus da bola!”.
Por que torci pelo Botafogo? Entre outros motivos, devido à admiração pelo Paulo Autuori, treinador talentoso e decente. Um grande campeão.