Imunda, sem segurança e abandonada, Uerj fecha as portas por uma semana
Mário Magalhães
A partir de hoje a Universidade do Estado do Rio de Janeiro interrompe as atividades acadêmicas, ao menos por uma semana. O anúncio foi feito ontem pelo reitor Ricardo Vieiralves, em comunicado reproduzido acima.
O reitor alega ''situação de insalubridade'' (imundície) e ''descontinuidade dos serviços terceirizados, que afeta a segurança das pessoas e do patrimônio'' (falta de segurança).
Tudo causado ''pela situação pública da grave crise de financiamento do Estado do Rio de Janeiro''. Isto é, o governo estadual deixou de honrar os pagamentos às empresas terceirizadas, também às que cuidam da limpeza e da segurança da Uerj.
Por atividades acadêmicas entenda-se aulas, pesquisa, extensão. Na instituição que mantém nível de excelência em muitas áreas, como letras e direito (nos últimos anos, três professores ou ex-professores da Uerj foram _ou são_ ministros do STF: Joaquim Barbosa, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux).
A Uerj é pioneira no bem-sucedido sistema de cotas.
É patrimônio público de enorme valor para o ensino e a ciência.
Na pindaíba, o governo suspendeu pagamentos. Mas poderia ter preservado os essenciais à educação.
Não é a primeira demonstração de descaso com a Uerj, como demonstram os recorrentes atrasos nas bolsas de pesquisa.
Na sexta-feira, o lixo se acumulava no campus ao lado do Maracanã, como mostrou o blog.
No sábado, pombos já faziam a farra (foto no alto).
Talvez já tenha chegado a vez dos urubus.
Talvez, não: como urubuzam a Uerj e a educação no Rio de Janeiro!
Enquanto isso, o governador Luiz Fernando Pezão dizia ontem que são ''fofocas'' as comprovadas e reconhecidas agressões do seu correligionário (PMDB) Pedro Paulo à ex-mulher.
A educação anda mesmo mal.