Blog do Mario Magalhaes

Merece confiança o técnico, Dunga, que deixou Douglas Costa no banco na 6ª?

Mário Magalhães

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Douglas Costa, depois de abrir o placar contra o Peru – Foto Antonio Lacerda/EFE

 

Como se viu, o Douglas Costa pintou e bordou na Fonte Nova, na vitória da noite de ontem sobre o Peru. Fez o primeiro gol, deu o passe para o segundo (Renato Augusto) e foi o autor do chute defendido pelo goleiro que rendeu o rebote para o terceiro (Filipe Luís). Infernizou a defesa, atacando pela ponta-esquerda, no primeiro tempo, e pela direita, no segundo.

Como dito e repetido aqui, não havia, e não há, como o Brasil não se classificar para a Copa da Rússia. E, também observado, o canhoto Douglas Costa pode atacar pelos dois flancos. Nos 3 a 0, ele e William, outro com bela exibição, se revezaram pelos extremos, com Neymar pelo centro do ataque.

Não é novidade o futebol que o gaúcho está jogando, ao menos para quem acompanha o Bayern de Munique. Os companheiros de clube adoram o Douglas, porque com ele o egoísmo natural em atacantes é menor do que com Robben e Ribéry. Não se trata de compará-lo aos dois cracaços, mas de enfatizar que, depois de driblar, ele não necessariamente arremata, como o holandês e o francês: levanta a cabeça em busca de alguém mais bem colocado. E aí o Lewandowski, o Müller e companhia se consagram.

Será que o Dunga assiste à Budesliga, ao menos ao escrete do Guardiola? Na sexta-feira, ele deixou o Douglas no banco contra a Argentina. Inacreditavelmente. Os argentinos celebraram nas redes sociais, ridicularizando o treineiro oponente. Depois de uma primeira etapa medonha em Buenos Aires, o Douglas entrou e logo participou do gol que definiu o 1 a 1.

À exceção do Neymar, nenhum brazuca tem encantado a Europa como o Douglas Costa. O que ele fez ontem, atuando desde o início, não é novidade. Ah, foi contra o Peru, podem dizer. E contra os ferrolhos na Alemanha?

A resistência do Dunga em relação a ele parece trair ressentimento contra boleiros muito técnicos e de muito sucesso. Mal regressara à seleção, ele engrossou com o Neymar. No Monumental de Núñez, condenar o Douglas Costa à reserva sugeriu uma mensagem tipo dane-se o que pensa o Guardiola, aqui mando eu, o teu lugar é no banco. Posso estar errado, porém essa é a impressão.

Foi um vexame a decisão de barrar o Douglas Costa na sexta.

Sobre o time de ontem, dá pinta de ser o que se tem de melhor, sem contar o Thiago Silva, infelizmente banido. Se é o melhor, então temos o seguinte: uma defesa muito boa, com três estrelas de agremiações europeias. Um ataque de excelência, dos melhores do mundo, com Willian, Neymar e Douglas Costa. E um meio-campo…

Ali está nossa maior fragilidade. Luiz Gustavo, Elias e Renato Augusto são bons jogadores, mas estão aquém do padrão ostentado por concorrentes como Alemanha, Espanha, Chile, Croácia e outros. Os limites do trio _e de quem é opção_ exigem mais colaboração ainda de Douglas e Willian na marcação, e a defesa mais colada no meio, diminuindo espaços para infiltrações adversárias.

O maior problema do Brasil hoje é o Dunga. O técnico que em novembro de 2015 deixou o Douglas Costa no banco merece confiança?

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