Como?
Mário Magalhães
31 de outubro: um avião da empresa russa Metrojet cai no Sinai, e as 224 pessoas a bordo morrem.
12 de novembro, quinta-feira: explosões matam ao menos 41 pessoas em Beirute.
13 de novembro, sexta-feira: explosões e tiros provocam a morte de no mínimo 129 pessoas em Paris.
O morticínio concentrado em duas semanas foi reivindicado pelo autoproclamado Estado Islâmico.
Das muitas perguntas necessárias sobre tais atos de barbárie, uma é condição para resposta que ajude a evitar ou diminuir os estragos inomináveis de autoria do grupo jihadista: como?
Como o Estado Islâmico logrou crescer, financiar-se, tonificar-se, conquistar territórios, seduzir mundo afora jovens desesperançados, driblar os serviços de espionagem mais espertos, levar a lugares distantes suas ações.
Como?
A resposta honesta indicará que, se for reeditada a política intervencionista que alcançou seu auge no massacre perpetrado pelos Estados Unidos no Iraque, matando mais ou muito mais de cem mil civis, sob alegação falsa relativa a armas químicas, o dito Estado Islâmico pode até ser derrotado, e tomara que seja.
Mas outros, alimentados por ódio e ressentimento, surgirão em seu lugar para espraiar selvageria e covardia.
Como?