Rastros de ódio
Mário Magalhães
Não é apenas a demonstração de ódio documentada pelo repórter Bruno Torturra neste sábado, em seguida a uma sabatina jornalística com o prefeito Fernando Haddad, o que impressiona no episódio.
Assombra, claro, o parentesco com a hidrofobia do integralismo, a turma nazifascista brasileira, da década de 1930.
Assusta a agressividade de quem parece supor que só a agressão contra quem pensa diferente legitima as ideias de quem agride.
Divergir do ex-senador Eduardo Suplicy, não simpatizar com ele e suas teses, é do jogo democrático.
No entanto, o surto agressivo contra Suplicy em São Paulo foi manifestação de raiva, vômito de intransigência, obra das sombras.
Tudo isso impressiona.
Também impressiona quem justifica e minimiza acessos de cólera como o de ontem.
Gente que condena e logo acrescenta ''mas'', ''porém'', ''contudo''.
Como se houvesse razão, e não desrazão, no horror da intolerância mórbida.
Quem justifica e minimiza, de algum modo, aceita.
E quem aceita é cúmplice.
Exagero? Dê uma olhada no vídeo, clicando na imagem do alto ou neste link.