Na saída de bola, agora Flu tem Gum e Marlon como Piqué e Puyol covers
Mário Magalhães
Quem acompanha amiúde o Fluminense, o que não é o meu caso, deve ter se dado conta há tempos da novidade. Com o técnico Eduardo Baptista, o time despreza chutões na saída de bola, apostando na pelota no pé. Foi o que se viu na quarta-feira, vitória de 2 a 1 sobre o Palmeiras, pela Copa do Brasil.
Funciona assim: os zagueiros abrem pelas bandas do campo. Gum pela direita, Marlon pela esquerda. Tão abertos que, na reposição pelo Cavalieri, posicionam-se como laterais. Os dois volantes, Jean e Cícero, recuam para serem a terceira e quarta opções para receber o passe do goleiro.
O risco é ser desarmado perto do próprio gol. A vantagem é não entregar a bola de bandeja ao adversário. Para isso, é preciso treinar e, em especial, confiar no arqueiro.
Não sei se é a intenção do filho do Nelsinho, mas ao menos no papel _e na partida de anteontem_ ele reproduz a saída de jogo do Barcelona na época do Guardiola.
Com Valdés (ou Cavalieri cover), em tiro de meta ou não, Piqué quase encostava na linha lateral direita (onde Gum se fixa). Puyol (Marlon), na esquerda. Xavi (Jean) recuava, mais pela direita. Busquets (Cícero), pela centro, centro-esquerda. (Variava, mas costumava ser esse o desenho base.)
Com volantes menos habilidosos que Jean e Cícero, o esquema seria mais complicado de executar.
Antes que me acusem de ter tomado um chá de cogumelo e julgar os jogadores equivalentes, não custa dizer que os brasileiros mencionados precisariam de alguns séculos para chegar ao nível das cinco feras catalãs (com os pés, Valdés é um dos melhores goleiros da história).
Mas é uma boa ideia se inspirar no estilo que recusa chutões inférteis.