Blog do Mario Magalhaes

Flamengo parece achar suficiente evitar queda. Falta ambição para ir além

Mário Magalhães

Oswaldo de Oliveira grita com os jogadores em treino do Flamengo no Ninho do Urubu

Gritos em vão – Foto Gilvan de Souza/Flamengo

 

Que dá para buscar uma vaga na Libertadores, dá, como esclarece a tabela com tantas equipes emboladas.

Mas o Flamengo vai ter que mudar, se quiser chegar lá. Voltar à quinta ou sexta marcha, trocada pela segunda, exibida no fiasco de ontem, 3 a 0 para o Figueirense.

A principal distinção do time embalado com a chegada do Oswaldo de Oliveira foi a velocidade. A eficiência para levar a bola com rapidez até as proximidades do gol adversário.

Tal trunfo foi se apagando. Em Santa Catarina, com a bola em seus pés na maior parte do tempo, o rubro-negro jogou em slow motion. Aí fica moleza para a marcação.

Previsível, o Flamengo não teve _ou não tem_ jogador capaz de se infiltrar com a bola, na falta de companheiro desmarcado para passar.

Se ainda se garantisse atrás… Mas a defesa é mais esburacada que estradas mal conservadas. O primeiro gol, nascido em bola roubada, beneficiou-se de buraco na esquerda defensiva. O segundo, na direita. O terceiro, novamente na esquerda, com brancaleones perdidinhos (o pobre do Pará ficou sozinho na área para marcar dois atacantes do Figueira).

A queda do desempenho de alguns jogadores pesa. O Paulinho tem sido uma nulidade. O Emerson esbanja destempero irresponsável. O Alan Patrick passou a errar demais. O Kayke desperdiçou um gol ao cabecear mal, mas não se pode falar em surpresa.

A síntese das limitações do elenco é a frequente entrada do veterano Almir no segundo tempo. Ele não corre, não dribla, não cria. Tem técnica, mas carece de vigor físico. Salvo engano da memória traiçoeira, é outra herança do Vanderlei Luxemburgo.

Com todos esses problemas, o Flamengo tem muito mais elenco e mais time que o Figueirense, que se arrasta para não cair.

A principal explicação para o desastre da noite passada parece ser a convicção, ainda que não expressa verbalmente, de que já está de bom tamanho ter escapado da segundona.

Não está. O Flamengo não pode ambicionar tão pouco. Tem chances de ir à Libertadores?

Tem. Então que o time lute, em vez de dormir em campo.

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