Blog do Mario Magalhaes

Ao alegar estatura para barrar Jefferson, Dunga deu desculpa esfarrapada

Mário Magalhães

Ser barrado é do jogo; mas a justificativa… – Foto Natacha Pisarenko/AP

 

O Brasil ganhou com méritos da anêmica Venezuela, poderia ter feito mais de 3 a 1, vai se classificar para a Copa de 2018. Em alguns momentos, jogou muito bem no Castelão, ainda que dois gols tenham sido presenteados em vacilos bisonhos (o primeiro pelo goleiro Baroja e o terceiro por um zagueiro _Amorebieta, velho conhecido desde os tempos do Athletic de Bilbao, mas que parece ter sido apresentado ontem ao Galvão Bueno).

Não entendi as justificativas do Dunga para barrar o Jefferson e escalar o Alisson no gol. Não que seja contra, ou a favor, muito pelo contrário. O Jefferson não tem sido soberbo, sua substituição é compreensível, embora não fosse errado mantê-lo. Na estreia nas Eliminatórias, ele falhou no primeiro gol chileno.

O problema são as desculpas esfarrapadas apresentadas pelo técnico. A mais notória diz respeito à altura. O Dunga mencionou a ''estatura'' maior do Alisson. Por isso, o ótimo goleiro do Inter seria mais indicado, pois os visitantes costumam apostar em bola aérea (ou, como se diz no rococó em voga, em ''bolas alçadas na área'').

Boa parte dos registros na internet apontam o arqueiro do Botafogo com 1,88 ou 1,89 metro de altura (no mínimo, 1,86, no máximo, 1,90 m). Seja como for, maior do que o Iker Casillas, 1,85, decisivo em títulos da Espanha em Copa e Eurocopa.

O Alisson teria 1,93. Portanto, mais 4 ou 5 centímetros.

Dá para acreditar que o Jefferson tenha ido para o banco em virtude do tamanho? Conta outra.

O Dunga contou. Por atuar em casa, entende-se que mais adiantado, o time precisaria de um goleiro que soubesse sair ''jogando com os pés''.

Também não convence.

O treinador acabou, de algum modo, dizendo que o Jefferson é baixote e que não sabe passar.

Queimou-o, quando bastaria ter informado o óbvio, que a troca pelo Alisson foi uma decisão técnica, decorrente ''do momento'' de cada um. E que a seleção não é composta somente pelos titulares, o importante é o espírito de grupo e coisa e tal.

Posso estar errado, mas acho que em Buenos Aires, na próxima partida, o Marcelo Grohe estará em campo. Suponho ser essa a preferência do Taffarel, o preparador de goleiros.

A seleção ainda busca um goleiro titular, titularíssimo.

Para fechar, não entendi o Dunga dizendo que não falhamos em bola aérea. No gol venezuelano, o Miranda foi superado no alto. Problema de altura?

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