Blog do Mario Magalhaes

Cornetagem anti-Messi e anti-Neymar tem noite inglória nas Eliminatórias

Mário Magalhães

Sem eles, suas seleções perderam por 2 a 0 – Foto Josep Lago/AFP

 

Sem o Neymar, suspenso, a seleção perdeu por 2 a 0 para o Chile, em Santiago.

Com o Messi ausente, baleado, a Argentina caiu em casa por 2 a 0, derrotada pelo Equador.

Foi uma noite inglória para os corneteiros que em ambos países pegam no pé dos dois craques.

Falo de cornetagem futebolística, por suposto. Rolos com o Fisco, que deve tratar a todos os cidadãos igualmente, são outros quinhentos.

Na Copa América, apareceu um monte de gente culpando o Neymar, que vinha jogando muitíssimo bem, pelo fracasso. Não faltou nem quem dissesse que o maior vexame dele foi o 7 a 1, quando nem estava em campo. Ouvi pedidos por sua saída do time.

Os argentinos reclamam, com razão, que o Messi não joga pela equipe nacional como no Barcelona. Até aí, ok. Há interpretações de várias ordens para o contraste. O incrível é que existe quem reivindique o cartão vermelho para o Messi na seleção e suponha que, sem ele, os companheiros renderiam mais.

É óbvio, mas não custa enfatizar, que o Brasil alcançou a semifinal do Mundial e a Argentina triscou o título em virtude da contribuição indispensável dos seus astros.

A maior debilidade brasileira na estreia pelas Eliminatórias foi ofensiva. Pouco ameaçou ontem à noite. Neymar fez enorme falta, o que não surpreendente no caso de um dos três melhores jogadores do planeta.

O primeiro gol chileno foi consequência, além dos méritos da equipe de Sampaoli, de três falhas individuais brasileiras: o Luiz Gustavo fez falta desnecessária; na cobrança, o Marquinhos deixou o Vargas se adiantar e marcar; a bola era defensável, porém o Jefferson aceitou.

No geral, sobretudo no segundo tempo, impôs-se o futebol vistoso e poético de domínio da pelota. Os chilenos são donos de dois prêmios Nobel de Literatura, conquistados por poetas (Gabriela Mistral e Pablo Neruda). O Brasil, de nenhum. Dois a zero.

Só vi os 25 minutos finais, um pouco mais ou um pouco menos, da partida em Buenos Aires. Foi o tempo de assistir aos dois gols equatorianos, o primeiro com o Erazo, o beque que parou o Benzema no Maracanã. A impotência argentina foi de dar dó.

Tanto Brasil quanto Argentina vão embalar _sorry, corneteiros_ quando o Neymar e o Messi regressarem.

Para felicidade geral dos amantes do futebol, os dois países disputarão a Copa da Rússia em 2018. Podem cobrar.

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