‘Nova eleição’ é versão light para impeachment e estupro constitucional
Mário Magalhães
Como diria o Zé Simão, tucanaram o impeachment. Alguns líderes do PSDB propõem que o partido não defenda o impedimento puro e simples de Dilma Rousseff, mas ''nova eleição'' para presidente (leia aqui).
O propósito do pleito imediato seria impedir que um peemedebista, o hoje vice Michel Temer, assumisse o Planalto e conferir bafo de legitimidade ao eventual sucessor antecipado de Dilma.
Como quase tudo no PSDB, alguns dizem que não é bem o que parece, que não entenderam direito, o time está unido. Não está. A agremiação se digladia na contenda intestina entre Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra, todos em busca do meu pirão primeiro.
O essencial é o seguinte: com impeachment à paraguaia, ''nova eleição'', quartelada ou qualquer outra embalagem, o afastamento de Dilma Rousseff seria um golpe de Estado.
Goste-se ou não da petista, faça ela um governo merecedor ou não de aprovação, Dilma está onde está por decisão da maioria dos eleitores.
Inexiste base legal para sua derrubada. ''Nova eleição'', conforme a Constituição, somente em 2018.
O mandato é de quatro anos e a decisão popular é soberana.
''Nova eleição'' agora configura estupro constitucional e ofensa à democracia.