Eduardo Cunha, um paradoxo: maior inimigo também serve como escudo de Dilma
Mário Magalhães
Em virtude de seu poder, dos interesses que representa, de suas ambições e de suas vinganças, Eduardo Cunha é hoje o maior inimigo e uma das maiores ameaças ao governo Dilma Rousseff.
É também, eis um paradoxo, escudo involuntário a serviço da presidente da República: influentes segmentos empresariais e políticos rejeitam virada de mesa constitucional não por apego às regras do jogo democrático, o que seria mais saudável, e sim por temer o país sob o comando do capo da Câmara.
A incerteza sobre as ações de Eduardo Cunha mais poderoso, num cenário com Dilma fora, mantém certas fidelidades ao mandato da presidente que não existiriam fosse outro o presidente da Câmara.
Não é opinião, mas informação.
A ver quem prevalecerá: se Cunha, contra Dilma, ou a presidente e os que temem o deputado.