Se o Ganso jogasse metade do que pensa que joga, não tinha nem para o Xavi
Mário Magalhães
Outros jogadores do São Paulo se irritaram recentemente ao serem substituídos, mas a reclamação do Ganso contra o Coritiba excedeu: foi mais uma das reclamações sem fim de um reclamão vocacional.
Semanas atrás, na saída para o intervalo, Ganso reclamou dos atacantes que perderam gols, reclamou da defesa que vacilou. Não consta que tenha reclamado diante do espelho.
Ontem, recusou-se a cumprimentar o técnico ao sair, no segundo tempo.
Também não saudou o suplente que entrava.
E deu piti na área técnica, chutando alguma coisa.
Se o Ganso _vaiado por muitos torcedores_ jogou bem ou não, se Osorio acertou ou errou ao substituí-lo, se é legítimo ou leviano protestar com chilique, tudo isso é relevante, mas não o que mais me chama a atenção.
E sim que o Ganso dá a impressão de se achar o suprassumo dos craques do futebol.
Parece não identificar problemas no seu desempenho. O inferno são os outros, já dizia o quatro-olho francês.
Se o Ganso jogasse tudo o que pensa que joga, não tinha nem para o Xavi, no auge.
Meia de sangue excessivamente frio em campo, Ganso tem sangue quente fora dele.
Se invertesse as temperaturas, evoluiria.
Eis um craque saudável do pé, mas ruim da cabeça.
Pena, porque pode jogar muita bola.