Blog do Mario Magalhaes

Um ano depois, o 7 a 1 virou metáfora

Mário Magalhães

Ainda bem que o juiz terminou, antes do oitavo – Foto David Gray/Reuters

 

Tragédia de 2014?

Faz-me rir!

Tragédia foi a de 50, lágrimas abundantes, capazes de transbordar o rio Maracanã.

Há cravado um ano, 8 de julho, já no quarto gol as crianças e eu caímos na gargalhada, ainda que torcêssemos pela seleção.

Foi farsa, e não tragédia, diria aquele judeu alemão barbudo, hoje fora de moda.

Não que o 7 a 1 não tenha marcado o futebol.

Mais do que isso, imprimiu cicatrizes na alma.

A maior prova é que se consagrou como metáfora.

Tal proposta é o 7 a 1 da democracia, proclamam.

Essa mulher é o 7 a 1 da minha vida.

A adaptação daquela peça é o 7 a 1 do cinema.

Esse restaurante é um tremendo 7 a 1.

Será que, fôssemos nós os vitoriosos, o placar também seria metáfora?

Tipo a Helena Ramos e a Nicole Puzzi, combustão de talento e formosura, eram o 7 a 1 da pornochanchada.

Ou esse baita escritor é o 7 a 1 da nova literatura brasileira.

Especulações.

Nos gramados, está difícil dar a volta por cima.

Na vida, cantou o Caetano, gente é pra brilhar, não pra morrer de fome.

Isto é, ninguém nasceu pra 7 a 1.

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