Tata Martino, o pior técnico do mundo
Mário Magalhães
No meio da Copa do ano passado, respondi a uma enquete na coluna do Milton Neves, no jornal ''Agora''.
Indagado sobre o pior técnico do mundo, tasquei sem dó: Tata Martino (para ler o conjunto das respostas, basta clicar aqui).
A concorrência é forte. Votei nele pela desastrosa passagem pelo Barcelona.
O maior problema não foi perder os títulos importantes, mas a indigência a que condenou por uma temporada uma fabulosa geração de craques.
Caiu do céu uma segunda grande chance, ao assumir a seleção argentina vice-campeã mundial.
Da minha parte, estava pronto para mudar o voto.
Mas Gerardo Martino renovou sua condição de pior treinador, depois da derrota na final da Copa América.
Sim, os chilenos só venceram nos pênaltis. O juiz não marcou um penal claro para os visitantes. O Higuaín perdeu um gol (não) feito no finzinho do segundo tempo. Embora tenha criado chances para os companheiros, como a do centroavante perdedor de gol e de pênalti, o Messi não brilhou como poderia brilhar.
No essencial, contudo, o contraste decisivo foi entre Martino e seu conterrâneo Jorge Sampaoli, treineiro da seleção chilena.
Nas minhas contas, só dois chilenos (Vidal e Bravo) teriam lugar numa seleção de onze, somando os dois elencos finalistas.
Técnico não entra em campo, mas ganha e perde jogo, sim.
Sampaoli é um falso aloprado. Seu futebol ofensivo não decorre somente de ideologia futebolística. É muito cerebral, combina estudo e treinamento.
Como costuma fazer boa parte dos técnicos, ele poderia entregar a bola à Argentina, tecnicamente superior, e investir exclusivamente na miséria dos contra-ataques.
Em vez disso, desde o início sufocou a saída de bola do adversário, marcando, bafo no cangote, os melhores passadores. Sem sair com os volantes-meias, os argentinos dependiam dos passes dos zagueiros ou do lateral-esquerdo Rojo.
Sampaoli esquadrinhou o oponente. Era possível imaginar que ele concentraria o jogo na esquerda do seu ataque, aproveitando o fato de Messi, agora na direita ofensiva, ajudar pouco na marcação. Fez o contrário: seus jogadores deitaram e rolaram nas costas de Rojo, do outro lado.
Enquanto a equipe de Martino penava com a bola, os chilenos se aplicavam na busca pela retomada da pelota e no seu cultivo.
Com Mascherano, Messi, Agüero, Di Maria (até sair contundido) e outros, Martino (que manteve o Tévez no banco!) levou um baile de Sampaoli.
Não há como não vibrar com o resultado da decisão do sábado.
Mesmo com limitações técnicas, o Chile se inspira nos velhos holandeses dos anos 70. Joga um futebol total, de entrega insana ao defender e um carrossel azeitado ao atacar.
Até segunda ordem, não tem pra ninguém: Tata Martino, que tinha jogadores para triunfar na Copa América e não triunfou, é o dono da faixa de pior entre os piores.