Blog do Mario Magalhaes

Demodê: na Grécia, surpresa é governo que ousa cumprir promessa de campanha

Mário Magalhães

Alexis Tsipras, primeiro ministro grego

Alexis Tsipras, primeiro-ministro: o prometido é devido – Foto Reuters

 

De todo o rolo na Grécia, o que mais surpreende não é o que faz o governo liderado pelo primeiro-ministro Alexis Tsipras.

E sim que faz o prometido na campanha eleitoral: recusar as chantagens e ultimatos da União Europeia (em especial a Alemanha), FMI, bancos e bambambãs das finanças.

Negocia aqui, mobiliza acolá; propõe acordos, mas vai à luta.

Se é para aceitar a proposta que ele prefere recusar, cabe ao povo se pronunciar.

Por isso, o primeiro-ministro manteve o referendo popular para o domingo.

Se for para dar um passo não avalizado pelo programa apresentado aos gregos, só com respaldo da maioria dos eleitores.

O partido-aliança Syriza se elegeu propondo combater o arrocho, vulgo ajuste, que rebaixa brutalmente as condições de vida da maioria dos gregos, sobretudo os mais pobres.

É o que vem fazendo.

Pode-se achar certa ou errada a política do Syriza e de Tsipras. Mas que eles seguem o preceito do prometido é devido, até aqui seguiram.

Isso parece demodê: honrar promessas de campanha e a soberania da decisão dos cidadãos.

Eis a grande novidade da temporada.

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