Blog do Mario Magalhaes

No tempo da delicadeza: Carlinhos (1937-2015)

Mário Magalhães

Na despedida do craque Carlinhos, o garoto Zico herdou suas chuteiras – Foto reprodução

 

Morreu o Carlinhos, aos 77 anos.

Não o vi jogar.

Estreei no Maracanã em 1971, assistindo ao Flamengo perder para o Corinthians, 1 a 3, gol rubro-negro do Fio.

No ano anterior, na despedida do Carlinhos jogador, quem herdou suas chuteiras no rito de passagem, craque para craque, foi o moleque Zico.

Dizem que a categoria do Carlinhos era tamanha, como solista e maestro no meio-campo, que foi pelos seus passes precisos como notas limpas que ele mereceu a alcunha de Violino.

Conheci-o mais tarde, o técnico vitorioso dos títulos nacionais de 1987 e 1992, sempre pelo Flamengo.

Sabe esses surtos de treinador à beira do campo, broncas guturais? Nunca o vi encenar tal número de canastrão.

Falava baixinho, ao pé do ouvido dos jogadores. Cortesia e elegância combinadas com o sucesso.

Essa delicadeza agora joga na eternidade, onde violino e bola se confundem numa só arte.

Valeu, Carlinhos!

( O blog está no Facebook e no Twitter )