Seleção dependia mais de Zico do que de Pelé, Neymar, Romário e Ronaldo
Mário Magalhães
Pessoal, de cara, um pedido: se querem brigar, briguem com os números, e não comigo.
Saiu hoje na ''Folha'' um levantamento espetacular sobre o desempenho da seleção com os seus cinco maiores artilheiros:
Quem fez mais gols foi Pelé, 77, seguido por Ronaldo, 62.
No período em que cada um atuou, a porcentagem maior de gols, no total marcado pela seleção, é de Neymar (work in progress): 27,8%, com Zico atrás, 20,6%.
A revelação mais estrondosa, de envergadura histórica, mostra que só com um goleador o aproveitamento da equipe nacional caiu mais de 10% quando não contava com o artilheiro.
Não é que caísse: despencava.
Com Zico.
Nos anos em que o Galinho vestiu a camisa verde e amarela, considerando pontos ganhos, a performance do time afundava em 23% quando ele não jogava.
O impacto mais que dobrava, em relação à ausência dos outros cracaçoaçoaços.
Só com ele o aproveitamento batia em 80%.
E os companheiros do Zico eram Sócrates, Cerezo, Falcão, Junior e companhia…
Se existe _e existe mesmo_ Neymardependência, houve Zicosuperdependência.
Sorte do país que teve craques como Zico, Pelé, Romário e Ronaldo.
E tem Neymar.
P.S.: o conceito de ''depender'', para mim, se concentra em aproveitamento-desempenho do time, e não em gols da contabilidade privada comparados aos da coletiva. Prefiro que o Neymar faça um gol e a seleção ganhe do que ele marque cinco em derrotas nossas. O estudo publicado hoje considera três pontos por vitória e um por empate (antigamente triunfo só valia dois pontos).