Flamengo perde, mas Cristóvão acerta ao acabar com covardia dos 3 volantes
Mário Magalhães
Para limpar o terreno, é preciso dizer o óbvio ululante, que no começo do Campeonato Brasileiro o Fluminense apresenta um time melhor do que o do Flamengo. E que teve méritos para vencer o Fla x Flu por 3 a 2. Com elenco no geral medíocre, mediano, mais ou menos (a zaga formada ontem por Gum e Antônio Carlos dá exemplo), o tricolor se diferencia por ter dois jogadores notavelmente acima da média: o adolescente Gérson, armando, e o coroa Fred, concluindo.
No rubro-negro, a esperança é que o recém-contratado atacante Guerrero brilhe, depois do regresso da Copa América. Nenhuma miséria da equipe é mais miserável que o meio-campo. Para criar, o clube buscou um meia vindo de time que caiu da segunda para a terceira divisão nacional (Arthur Maia, do América-RN) e um veterano que disputou o Estadual do Rio pelo Bangu (Almir). São bons jogadores, mas não à altura das ambições históricas do Flamengo.
A estreia de Cristóvão Borges como técnico foi castigada pela derrota, mas o técnico mandou bem. Seu maior mérito foi acabar com o emprego pusilânime de três volantes. No domingo anterior, Vanderlei Luxemburgo, no último tropeço antes de ser demitido, lançou três meias defensivos contra o Avaí. Diante de oponente mais parrudo, o Fluminense, Cristóvão mostrou mais ousadia, retirando um deles. Perdeu, como em Florianópolis, mas deixou claro que rejeita um Flamengo com alma pequena e retranca covarde.
Os problemas crônicos continuam, como a fragilidade da defesa, comprovam o inacreditável gol contra de Pará e as deficiências de Bressan. O meio tem enorme dificuldade para rolar a bola. O time inteiro é excessivamente lento, o que facilita a estrutura defensiva dos adversários. Nada disso se muda de um dia para o outro. Em termos técnicos, de categoria, é possível passar a vida na mesma, brigando com a bola. Talvez dias melhores venham, com novas contratações. Mesmo jogando mal, não dá para manter humilhantes 8% de aproveitamento (1 ponto em 12).
Outro aspecto que não é secundário no balanço do Fla x Flu foi o gol de pênalti inventado, no princípio da partida, por Sandro Meira Ricci, o árbitro brasileiro na Copa, ele também padrão 7 a 1. O precoce gol tricolor ajudou muito Gérson, Fred e companhia. O Fluminense definiu o placar em contra-ataques.
Quem sabe para compensar, o apitador tenha expulsado o tricolor Giovanni no início do segundo tempo. Vermelho cretino, nem amarelo valia, em lance leal de disputa de bola.
O Flamengo perdeu por um gol de diferença para Avaí e Fluminense. Nos dois jogos, foi prejudicado por erros escandalosos de arbitragem que resultaram em gols.
Coincidências existem. Mas cansam.