Página infeliz: a noite em que brasileiros celebraram uma invasão nazista
Mário Magalhães
Neste 8 de maio de 2015 faz 70 anos que a rendição alemã marcou o fim da 2ª Guerra na Europa.
O retrato acima, de autoria de Yevgeny Khaldei, mostra a bandeira da antiga União Soviética tremulando em 2 de maio de 1945 sobre o prédio do parlamento alemão, em Berlim.
É a imagem-símbolo da débâcle nazista. Foi produzida, ou encenada, e teve arremates gráficos mudando o original.
Mas reproduz fielmente o fato: o triunfo dos Aliados e a derrota da gangue de Hitler.
Por volta de 27 milhões de soviéticos foram mortos na carnificina, ou 34 vezes o número de britânicos e norte-americanos somados.
O sangue dos brasileiros fecundou solo europeu, na Itália.
A Força Expedicionária Brasileira mandou à guerra 25.334 homens, dos quais 2.722 foram feridos e 457, mortos.
Nossos heróis da FEB combateram com valentia o bom combate. Merecem glória e gratidão para sempre.
Desgraçadamente, os pracinhas, boa parte muito humilde, foram abandonados pelos governos à própria sorte assim que regressaram. Muitos padeceram com a pobreza e a miséria.
Em dias festivos, é natural que certos episódios da história sejam relegados.
Para que as tragédias não se reeditem, contudo, aconselha-se recordá-los.
Nem todos os brasileiros estiveram contra o Eixo nazi-fascista.
Na princípio da década de 1940, em Fernando de Noronha, estavam presos militantes da Ação Integralista Brasileira.
Esses galinhas-verdes eram a versão nacional dos fascistoides europeus.
Em junho de 1941, eles promoveram uma algazarra.
Presos antifascistas, seus inimigos, correram para ver do que se tratava.
Depararam-se com os integralistas celebrando a invasão da União Soviética pelas tropas alemãs, na Operação Barbarossa.
Adolf Hitler vaticinou que em breve tomaria café da manhã em Moscou.
O chefe nazista e seus simpatizantes no Brasil perderam.
Tim-tim.