Messi e Neymar: a generosidade, o gesto e o gol
Mário Magalhães
Um gesto às vezes vale mais do que um gol.
Ao menos para medir o caráter, dando de ombros às estatísticas.
A rodada do campeonato espanhol começou com o Barcelona dois pontos à frente do Real Madrid.
E com o Cristiano Ronaldo com um gol de dianteira sobre o Messi na disputa pela artilharia.
Com os 8 a 0 do Barça, dois do Messi, sobre o Córdoba e os 3 a 2 do Madrid contra o Sevilha, três do Cristiano, o clube catalão manteve a diferença, e o atacante português aumentou a sua, 42 gols a 40.
O mais espantoso do sábado não foi a exuberância do futebol das duas equipes vitoriosas e de suas estrelas maiores.
E sim o que o Messi fez. Batalhando gol a gol com o Cristiano Ronaldo, ele entregou uma bola para o Neymar bater _e acertar_ um pênalti.
Isso mesmo, abriu mão ter mais chances na competição pessoal _no passado, cedera a Neymar uma cobrança na Copa do Rei.
Tudo para alegrar o brasileiro, que lhe deixara tocar para dentro do gol uma bola diante dos dois.
Do trio de ataque do Barcelona, o Suárez e o Messi já haviam anotado, ao contrário do Neymar.
É incrível dizer isso numa jornada de oito gols, mas o Neymar não esteve bem anteontem, desperdiçando chances e jogadas.
O Messi preferiu que seu companheiro não saísse zerado.
Generoso, apostou no espírito coletivo.
Dias antes ele havia feito seu primeiro gol de pênalti com cavadinha.
Grande Messi!