Em ‘Os experientes’, Selma Egrei e Joana Fomm não interpretam: levitam
Mário Magalhães
Noutra era, ou o comecinho dos anos 80 do século 20, meu tio, deslumbrado com tanto talento, comentou a atuação de uma atriz: ela não interpreta; levita.
Parei na Globo na noite de sexta-feira, no início do derradeiro episódio de ''Os experientes'', coprodução da O2 e direção geral de Fernando e Quico Meirelles.
Antes de desligar a TV, resolvi dar uma olhada, pois o pessoal tinha falado bem sobre a série.
Não consegui largar, mesmo sem saber o que se passara antes.
Selma Egrei vive uma recém-viúva frustrada com o casamento longevo de décadas, pelo menos a reta final dele.
E Joana Fomm, a vizinha de porta.
Acabam engatando um romance de tirar o fôlego, cheio de paixão e catarse.
Para quem quiser ver uma palinha de cinco minutos, basta clicar aqui.
Selma e Joana não interpretam. Elas levitam.
A atriz a quem o meu tio se referira outrora era Fernanda Montenegro.
Em um teatro na Gávea, ela e um elenco de primeira estavam em cartaz com ''As lágrimas amargas de Petra von Kant'' _meninos, eu vi.
Para evocar a montagem soberba da obra de Fassbinder, haveria de ser algo espetacular.
Foi espetacular o programa exibido na sexta.