51 anos depois, ódio e lição para a eternidade
Mário Magalhães
Nos idos de 1964, o governo João Goulart lançava o Plano Nacional de Alfabetização, com o propósito de educar milhões de iletrados que não sabiam nem ao menos assinar o próprio nome.
O método desenvolvido pelo educador Paulo Freire (1921-1997) seria o instrumento para oferecer a formação mínima, equivalente a direito humano elementar, historicamente negado a multidões de brasileiros pobres e miseráveis.
Com o golpe de Estado de 1º de abril, o plano foi cancelado, Jango partiu para o exílio, Paulo Freire acabou em cana, e o analfabetismo massivo sobreviveu como praga.
Mais tarde, o pedagogo foi reverenciado mundo afora e deu aulas em universidades como Harvard e Cambridge. E o Brasil o declarou como patrono da educação nacional.
Os golpistas de 51 anos atrás odiavam Paulo Freire. O ódio permanece, como se testemunhou em 15 de março de 2015.
Mas a mensagem do educador, também, como mostra o outdoor colocado em Botafogo, pela associação dos docentes da UFRJ, com a imagem de Paulo Freire e outra lição eterna.