Blog do Mario Magalhaes

Comparação de gols com assistências mostra Neymar fominha no Espanhol

Mário Magalhães

Neymar, cracaço, em jogo da Copa do Rei – Foto reprodução

 

Uma preliminar, como diria um bacharel:  o Neymar do Barcelona é um formidável sucesso; tem jogado muito e sido decisivo; além de exibir futebol exuberante, contribui para o reaparecimento de Messi em grande estilo; com os anos passando para o argentino e para Cristiano Ronaldo, o brasileiro têm chances de vir a ser eleito o melhor do mundo.

Data venia, as estatísticas do Campeonato Espanhol demonstram um atacante excessivamente focado em si mesmo, em detrimento da colaboração coletiva.

Depois dos 2 a 1 de ontem do Barça contra o Real Madrid (os espanhóis poderiam ter liquidado no primeiro tempo, e os catalães desperdiçaram a chance de golear no segundo), eis os três primeiros na tabela de goleadores da liga:

Messi: 32;

Cristiano Ronaldo: 31;

Neymar: 17.

Agora, a classificação dos passes decisivos, que resultaram em gol, as ditas assistências. Também é liderada pelo argentino e pelo português:

Messi: 14;

Cristiano Ronaldo: 10.

Isto é: a cada 2,3 gols, Messi, de jogo generoso, dá um passe para algum companheiro anotar.

Cristiano, a cada 3,1 gols.

Neymar, em contraste, só deu assistência para quatro gols em todo o campeonato: uma a cada 4,25 gols.

É o que mostra tabela publicada no ''El País''.

Como Messi fez quase o dobro dos gols de Neymar, a tendência seria o ex-santista ter dado bem mais do que as quatro assistências.

Há o que relativizar. Os números não mostram as jogadas nas quais Neymar, mesmo sem dar o passe decisivo, foi importante para o Barcelona desestruturar as defesas e chegar ao gol adversário. Há também os passes espetaculares que não resultaram em gol por erro de quem concluiu.

E existe um sentimento não amparado na estatística, mas no acompanhamento das partidas: Neymar não tem sido egoísta com Messi.

O problema é que, no Campeonato Espanhol, está claro o abismo entre o goleador e o passador.

Diante do Madrid no clássico dominical, ao menos uma vez Neymar poderia ter passado para outro, em condições bem melhores de marcar. Não passou e errou o chute.

Suárez mostra mais equilíbrio: oito gols, seis assistências.

Mas Neymar tem sido mais importante, reforça a numeralha.

Se ele for menos fominha, será mais fundamental ainda no líder da liga, quatro pontos à frente do time do Carlo Ancelotti.

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