Também por causa do futebol, a vida vale muito a pena
Mário Magalhães
Vai demorar para esquecer, se é que um dia conseguiremos, o épico vivido ontem à noite em Londres.
Com um a menos desde o primeiro tempo, o PSG sobreviveu a um juiz que o garfou, reagiu duas vezes ao placar comandado pelo Chelsea e no fim da prorrogação logrou o empate em 2 a 2 que o promoveu às quartas-de-final da Champions League e eliminou o adversário inglês.
Na zaga brasileira da equipe francesa, David Luiz foi soberbo e anotou um gol, e o drama de Thiago Silva comoveu até almas congeladas na indiferença.
No começo da prorrogação, Thiago fez um pênalti estúpido, levantando a mão como um atacante do vôlei ou um bailarino em coreografias exageradas, e presenteou o 2 a 1 para os anfitriões. Coisa de estafa emocional.
O Judas da Copa de 2014 _embora não estivesse em campo nos 7 a 1, foi mais avacalhado do que os que estiveram_ renascia, como um estorvo do futebol.
''Seria tão lindo se ele fizesse um gol agora'', comentei com a jovem com quem via a partida pela TV. E Thiago Silva fez.
Thiago Silva merece respeito!
Assim que o gatuno apitou o fim, pensei: por causa de jogos como este, o futebol vale a pena. E também por causa do futebol a vida vale muito a pena.