Comissão da Verdade de SP lança relatório exigindo punição de torturadores
Mário Magalhães
Com o lema ''Chega de impunidade!'', a Comissão da Verdade do Estado de São Paulo apresenta seu relatório nesta quinta-feira, 12 de março, a partir das 14h, na Assembleia Legislativa.
A comissão batizada com o nome do ex-deputado e desaparecido político Rubens Paiva defende, assim como fez a Comissão da Verdade nacional, julgamento e punição para os violadores dos direitos humanos durante a ditadura que vigorou a partir de 1964.
Ou seja, agentes do Estado que torturaram, assassinaram e sumiram com cadáveres de oposicionistas não merecem ser beneficiados pela impunidade que incentiva a perpetuação da barbárie.
No evento de amanhã, a comissão vai inaugurar uma plataforma virtual que aglutinará as investigações desenvolvidas e estará à disposição de todos os cidadãos.
Abaixo, o blog reproduz o release da comissão.
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12/3, 14H: COMISSÃO DA VERDADE DE SP APRESENTA RELATÓRIO DOS TRABALHOS EM PLATAFORMA VIRTUAL
A Comissão da Verdade do Estado de São Paulo “Rubens Paiva” vai apresentar o relatório dos seus trabalhos na próxima quinta-feira (12/3) a partir das 14h no auditório Paulo Kobayashi, na Assembleia Legislativa de São Paulo. Os trabalhos desenvolvidos estarão disponíveis em plataforma virtual com os 26 capítulos temáticos, 188 casos de pessoas mortas e desaparecidas, 150 recomendações temáticas, 18 recomendações gerais e o conteúdo desenvolvido por grupos de trabalho e pesquisadores parceiros.
Tudo será acessado em plataforma multimídia, com vídeos das audiências públicas, fotos e documentos levantados por esta Comissão, além dos três livros publicados: a ''Sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos'' com a decisão do caso Araguaia; a denúncia feita por presos políticos em 1975 com nome, sobrenome ou apelido de 233 torturadores intitulada ''Bagulhão: a voz dos presos políticos contra torturadores'', e o livro ''Infância Roubada'', sobre crianças atingidas pela ditadura.
O projeto multimídia foi desenvolvido com objetivo de facilitar o acesso para qualquer pessoa interessada e a expectativa é de que as instituições de ensino adotem o conteúdo para que as novas gerações conheçam o que aconteceu durante a Ditadura Militar (1964-1985). A temática avalia os reflexos desse período nos dias atuais e por isso receberemos Débora da Silva, fundadora do movimento “Mães de Maio”, que luta para apurar os assassinatos de mais de 600 jovens vítimas da violência policial em maio de 2006, reflexo da cultura violenta imposta pelo regime ditatorial. Débora da Silva representará a Comissão da Verdade da Democracia, criada para investigar os crimes da atualidade.
COMISSÃO DA VERDADE DO ESTADO DE SÃO PAULO “RUBENS PAIVA”